Além de aumentar o número de postos nas localizações já existentes, os carregadores Supercharger da Tesla vão, também, chegar a novas localidades.
No final de fevereiro passado, o Governo aprovou o novo Regime Jurídico de Mobilidade Elétrica, com o objetivo de promover um modelo mais acessível, competitivo e sustentável de mobilidade. Esta reforma, que substitui o anterior Decreto-Lei 39/2010, de 26 de abril, visa simplificar a transição para os veículos elétricos, garantindo um acesso mais fácil e eficiente a pontos de carregamento, ao mesmo tempo que responde aos desafios do mercado atual e às necessidades dos consumidores.
Com o novo regime, o Governo pretende acabar com a obrigatoriedade de uma plataforma única de mobilidade elétrica, anteriormente gerida pela Entidade Gestora da Rede da Mobilidade Elétrica (MobiE). Isto significa que será possível utilizar qualquer ponto de carregamento, independentemente do fornecedor de energia com o qual o utilizador tenha contrato, tornando a experiência de carregamento semelhante à de abastecer um carro a combustão em qualquer bomba de gasolina. Por outras palavras, vai deixar de ser necessário ter um contrato com um fornecedor de energia elétrica, e ser possível ir a um posto de abastecimento, carregar e pagar.
O novo modelo também estabelece a obrigatoriedade de introduzir meios de pagamento eletrónicos, como QR Code ou cartão bancário, em pontos de carregamento com capacidade superior a 50 kWh. A identificação prévia do preço unitário por kWh permitirá aos consumidores comparar preços de forma transparente, promovendo a concorrência e a redução de custos.
Além disso, o regime inclui a introdução de concursos obrigatórios para a atribuição de novos pontos de carregamento de carros nas áreas concessionadas, estimulando ainda mais a competitividade entre os operadores. A nova legislação também permite o autoconsumo e a criação de comunidades de energia, possibilitando que os veículos elétricos tenham um papel ativo no carregamento inteligente e bidirecional, podendo até devolver energia à rede.
Mas tudo isto já se sabia. A novidade por estes dias é que, e após o mais recente Conselho de Ministros, foi aprovado um novo regime que “elimina a obrigatoriedade de contratos com comercializadores, estabelece o carregamento com pagamento direto em todos os pontos públicos, a expansão da rede em todo o território, a simplificação dos procedimentos de licenciamento, a descarbonização com energias limpas e o alinhamento com o Regulamento Europeu AFIR”.
Isto significa, por exemplo, que a rede de carregamento Supercharger, da Tesla, vai não só expandir-se imenso em Portugal, como ser aberta a outras marcas. Aliás, já em fevereiro, a Tesla tinha referido que, depois de quatro anos e meio marcados por avanços significativos na remoção de barreiras ao investimento em infraestruturas de carregamento e na promoção da mobilidade elétrica, Portugal dava mais um passo no alinhamento com as normas europeias.
Assim, e com a nova regulamentação, sabe-se que abrirão novos Superchargers em Fátima (mais 18 e upgrade dos atuais), Mealhada (mais 20 postos e upgrade dos existentes), Alcantarilha (mais 12 e upgrade dos atuais) e Alcácer do Sal (mais 14 e upgrade dos atuais), estreando-se também em Loulé (8), Castelo Branco (8) e Matosinhos (12), o mais rapidamente possível.
Estão também na calha Superchargers em Cascais, Guimarães, Leça da Palmeira, Leiria, Portimão e centro de Lisboa.