Microsoft reconhece perda de 400 milhões de utilizadores de Windows nos últimos três anos

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Apesar de anunciar um novo marco oficial, a Microsoft confirma uma quebra acentuada na base de dispositivos ativos com Windows desde 2022.

A Microsoft revelou que o Windows está atualmente instalado em mais de mil milhões de dispositivos ativos em todo o mundo. Apesar de este número parecer positivo, representa na realidade uma queda significativa face aos dados anteriores divulgados pela própria empresa.

Em 2022, pouco depois do lançamento do Windows 11, a tecnológica anunciava que o sistema operativo estava presente em 1,4 mil milhões de dispositivos. Comparando com os números agora partilhados, esse valor sugere uma redução de cerca de 400 milhões de unidades ativas em apenas três anos — um recuo expressivo que levanta dúvidas sobre a evolução da plataforma.

De acordo com a Microsoft, “o Windows é o sistema operativo mais popular do mundo, com mais de mil milhões de dispositivos ativos por mês — uma plataforma aberta e flexível que liga pessoas, ideias e inovação nos PCs usados diariamente por milhões”. Ainda assim, o contexto revela um cenário de perda, mais do que de crescimento.

Entre os fatores que poderão explicar esta tendência está o fim do suporte ao Windows 10, que tem levado muitos utilizadores a abandonar dispositivos mais antigos, muitas vezes sem os substituir por novos computadores. Para muitos, smartphones e tablets já respondem à maioria das necessidades diárias. E para quem procura alternativas, o macOS e ChromeOS têm vindo a conquistar maior quota de mercado. Não ignorando os ambientes Linux, que continuam a seduzir muitos utilizadores.

Recentemente, a oferta da Microsoft tem passado pela aposta mais agressiva em inteligência artificial, com o lançamento dos equipamentos Copilot+ – computadores com Windows 11 que integram funcionalidades assistidas por IA. No entanto, a receção tem sido moderada e o impacto, até agora, residual. Para além disso, a experiência do Windows 11 tem estado longe de consensual, persistindo críticas a elementos como o Modo Escuro incompleto, a incoerência visual da interface e a insistência em integrar publicidade no sistema. Essa publicidade é, aliás, uma das queixas mais recorrentes. O Windows 11 apresenta atualmente anúncios de serviços da Microsoft em áreas como o ecrã de bloqueio, o menu Iniciar, a pesquisa ou as definições. Embora alguns possam ser desativados, para muitos utilizadores o sistema está a tornar-se mais comercial, intrusivo e menos orientado para o controlo pessoal.

Outro aspeto controverso sensível é a exigência de recorrer a uma conta Microsoft para configurar o sistema, um requisito que não existe em mais nenhum sistema operativo, seja de desktop ou mobile. Esta imposição tem reforçado a perceção de que o ecossistema Windows está a afastar-se das necessidades dos utilizadores para se alinhar com modelos mais centrados na monetização.

Apesar de tudo, o Windows 11 continua a crescer dentro do universo Windows e deverá tornar-se a versão dominante já em 2026. No entanto, dificilmente atingirá a popularidade do Windows 10. Num mercado onde as alternativas são cada vez mais robustas, cresce o número de utilizadores dispostos a mudar de sistema operativo para manter a privacidade, simplicidade e controlo — um sinal claro de que a Microsoft poderá ter de repensar a sua estratégia.

Joel Pinto
Joel Pinto
Joel Pinto é profissional de TI há mais de 25 anos, amante de tecnologia e grande fã de entretenimento. Tem como hobbie os desportos ao ar livre e tem na sua família a maior paixão.
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