A intenção da autarquia passa por integrar plenamente o Vale de Chelas no tecido urbano de Lisboa, através de uma operação sistemática de reabilitação urbana.
A zona do Vale de Chelas, em Lisboa, será alvo de uma intervenção urbanística de grande escala, na sequência da aprovação da criação de uma Área de Reabilitação Urbana (ARU) pelo executivo camarário. Esta iniciativa insere-se numa estratégia mais ampla de regeneração urbana que visa responder a desafios estruturais, promovendo uma transformação que abrange vertentes ambientais, paisagísticas, sociais e infraestruturais.
Integrado no programa 5 Vales, que identifica zonas de intervenção prioritária na cidade, o Vale de Chelas destaca-se como uma área com significativo potencial de requalificação. A proposta hoje validada caracteriza o território como um espaço com margem para receber investimentos de natureza pública e privada, prevendo-se a instalação de equipamentos de grande dimensão, entre os quais o futuro Hospital de Todos os Santos. Estão ainda planeadas obras estruturantes, como a melhoria dos acessos à prevista Terceira Travessia do Tejo e a quadruplicação da Linha de Cintura ferroviária.
Apesar da existência de investimentos anteriores na zona, os responsáveis autárquicos reconhecem que estes não foram devidamente articulados com a malha viária existente, resultando em constrangimentos significativos à mobilidade interna. As ligações entre bairros e entre as encostas adjacentes permanecem limitadas, o que se traduz em obstáculos ao funcionamento integrado deste território no contexto urbano mais amplo da cidade.
A intenção da autarquia passa por integrar plenamente esta área no tecido urbano de Lisboa, através de uma operação sistemática de reabilitação urbana. Entre os objetivos delineados estão a requalificação do espaço público, a reabilitação de imóveis devolutos ou em mau estado de conservação, a intervenção no parque habitacional municipal e o aumento da oferta de habitação com valores acessíveis.
Outro foco da intervenção no Vale de Chelas prende-se com a melhoria da rede de transportes e da mobilidade pedonal e ciclável, promovendo a articulação entre bairros e encostas e reforçando os modos de transporte sustentáveis. Prevê-se também a implementação de medidas orientadas para a adaptação às alterações climáticas, incluindo a consolidação do corredor verde oriental e intervenções nos solos com vista à recuperação ambiental do território.
A nova Área de Reabilitação Urbana abrange cerca de 194 hectares. A delimitação proposta inclui, a norte, as zonas próximas da Quadra de Chelas, marcadas por anéis viários e espaços desocupados; a sul, a avenida Infante D. Henrique, abrangendo áreas adjacentes ao Convento de Xabregas, ao Palácio do Marquês de Nisa e ao Convento da Madre de Deus; a nascente, terrenos não urbanizados junto ao Bairro do Condado e limites das quintas e matas da zona da Madre de Deus; e, a poente, a frente urbana das avenidas Francisco Salgado Zenha e Carlos Pinhão, incluindo o Vale da Montanha e zonas verdes próximas do Bairro do Armador, Picheleira e Alto de São João, até à rua Nelson de Barros.
Foto: CM Lisboa