O diretor da FromSoftware, Hidetaka Miyazaki, explicou como começou o desenvolvimento de The Duskbloods e porque é que se foca no multi-jogador.
Numa longa entrevista dividida em três partes, o diretor da FromSoftware, Hidetaka Miyazaki revelou novos detalhes sobre The Duskbloods, o mais recente jogo da aclamada produtora japonesa da fama de Elden Ring, Bloodborne e Dark Souls, que terá lançamento exclusivo na Nintendo Switch 2 em 2026.
Na entrevista Miyazaki começa por comentar o conceito de “sangue” (blood) que durante o anúncio oficial, deixou os fãs da produtora a salivar por algo relacionado com Bloodborne – o que não é, certamente, o caso. Miyazaki explicou que o jogo vai levar os jogadores até um mundo onde o conceito de “sangue” desempenha um papel central, não só na narrativa, mas também na jogabilidade. Adicionalmente comenta também que a escolha da Nintendo Switch 2 para o lançamento do jogo não é por acaso, uma vez que as capacidades online da nova consola permitiram à FromSoftware manter a visão original do projeto. “O novo hardware permitiu-nos desenvolver o jogo de acordo com a nossa ideia inicial, especialmente no que diz respeito às funcionalidades online,” afirmou Miyazaki, que confirmou imediatamente a verdadeira natureza do jogo: multi-jogador.
The Duskbloods mistura elementos PvPvE, onde os jogadores irão competir tanto contra outros jogadores como contra inimigos controlados pelo próprio jogo, e Miyazaki explica porquê: “A estrutura PvPvE dá-nos a liberdade de criar uma experiência mais variada, algo que sempre achei interessante.” A jogabilidade focar-se-á assim em missões dinâmicas e num sistema de pontos de vitória, onde os jogadores podem optar por ações ofensivas ou mais oportunistas para alcançar seus objetivos. Para além disso, haverá “a introdução de eventos durante as partidas, como a aparição de inimigos poderosos ou objetivos adicionais, pode mudar radicalmente o rumo de uma batalha”.
Os personagens jogáveis, conhecidos como Bloodsworn, possuem habilidades sobre-humanas graças ao tal poder do sangue, o que lhes permite executar manobras e movimentos dramáticos, como ataques, saltos duplos ou super saltos. Cada personagem também terá um estilo de combate próprio, adaptando-se às preferências dos jogadores. O Miyazaki comentou também que o jogo contará com mais de uma dúzia de personagens jogáveis, cada um com armas e habilidades únicas. “O leque de personalização vai permitir aos jogadores não só alterar a aparência dos personagens, mas também moldar suas histórias pessoais e até seus destinos,” afirmou. A personalização será centrada no conceito de “história e destino do sangue” e vai além do lado estético – um elemento normalmente adorado por jogadores das produções da FromSoftware. Neste caso, a aparência das personagens será influenciada diretamente pelas características e o papel de cada personagem dentro do jogo.
The Duskbloods permitirá que os jogadores se envolvam em diferentes papéis dentro das partidas online, como o “Destined Rivals”, onde dois jogadores são designados como rivais e devem enfrentar-se para alcançar uma recompensa, ou o “Destined Companion”, que incentiva a formação de alianças. Miyazaki dá o exemplo que esse sistema de papéis é uma forma de proporcionar uma experiência mais rica, similar a um jogo de interpretação de papéis, também conhecidos como os tabletop RPGs. “A ideia de introduzir papéis foi inspirada pelo meu próprio gosto por jogos de mesa, onde os jogadores têm responsabilidades e objetivos que podem alterar a dinâmica das partidas”.
No que toca à sua narrativa, o jogo não está preso a uma era ou local. “O enredo acontece em várias linhas temporais e locais, desde mapas góticos tradicionais até cenários que refletem os últimos anos do período moderno”, explicou Miyazaki. O jogo também ira lidar com temas de sangue e destino, através da mitologia dos Bloodsworn, os protagonistas de uma luta pela obtenção do “Primeiro Sangue”, um evento crucial conhecido como o “Crepúsculo da Humanidade”.
The Duskbloods promete apresentar-se como profunda e diferente do que a FromSoftware tem apostado até agora, algo que Miyazaki garante que não será uma constante e que outros jogos poderão voltar a apostar em experiências mais focadas em aventuras a solo. “Como nota à parte, permita-me esclarecer um ponto. Como já foi mencionado, este é, na sua essência, um título multijogador online, mas isso não significa que, enquanto empresa, tenhamos decidido seguir uma direção mais focada no multijogador para os títulos futuros.”
The Duskbloods está a ser desenvolvido em exclusivo para a Nintendo Switch 2.
