O Google Pixel 9a dá continuidade a tradição da Google com um modelo “lite”, não sacrificando demasiado o melhor que o modelo principal oferece e demonstrando-se como o melhor smartphone na sua faixa de preço.
Em agosto de 2024, a Google anunciou a sua mais recente série de smartphones, a Pixel 9, que foi inicialmente presenteada com equipamentos topo de gama como o Pixel 9, o Pixel 9 Pro e até o Pixel 9 Pro XL. Agora, como a marca já nos habitou, trouxe-nos mais uma solução, a mais económica desta geração Pixel, o Pixel 9a, apontando para o segmento de smartphones de gama média e cheio de boas promessas.
Esteticamente, este Pixel 9a não é muito diferente dos restantes equipamentos mais “evoluídos” desta série, apresentando uma estrutura de metal e uma tampa traseira de plástico mate. Ver e segurar este novo smartphone da Google é uma experiência muito agradável, especialmente quando comparado com os outros modelos que testamos há alguns meses. É quase incompreensível que a combinação ideal entre os três modelos anteriores só seja encontrada no mais acessível dos três. De um modo geral, o Pixel 9a é muito semelhante em termos de dimensões do Pixel 9 Pro.
O 9a conta com a certificação IP68 (contra o IP67 do Pixel 8a e pesa cerca de 186g, o que o torna mais leve que o Pixel 9 Pro. Embora o seu ecrã seja ligeiramente menor que o Actua Display presente no Pixel 9 Pro, as suas dimensões gerais muito muito semelhantes. Em comparação com o Pixel 8a, na mão, o 9a é mais confortável, provavelmente devido ao design mais arredondado e ao facto do seu peso ter sido melhor distribuído. Na moldura superior, nota-se uma disposição das antenas mais eficiente, quando comparada aos modelos anteriores, embora o restante do design se mantenha praticamente inalterado.
O Google Pixel 9a mantém tanto o desbloqueio por impressão digital através de um sensor localizado sob o ecrã, como o desbloqueio facial 2D, considerado “seguro”. Mas por que esta última frase está entre aspas? A razão é que, assim como o Pixel 9 e o 9 Pro, o Pixel 9a utiliza apenas a câmara frontal para reconhecer as nossas características faciais. No entanto, com o auxílio da inteligência artificial, a câmara consegue realizar uma digitalização mais detalhada, permitindo o uso desta tecnologia para transações bancárias ou para desbloquear aplicações. Para além disso, a câmara frontal do Pixel 9a é ligeiramente mais larga do que a do Pixel 8a, o que pode melhorar um pouco a eficácia do desbloqueio facial em determinadas situações.
Após o desbloqueio do dispositivo, temos acesso ao seu ecrã Actua Display pOLED com 6,3 polegadas, resolução FullHD+ com 1080×2424 pixeis, com uma taxa de atualização de até 120 Hz e um brilho máximo de 2700 nits. Com esses números, temos exatamente o mesmo ecrã do Pixel 9. No entanto, essas dimensões são acompanhadas por uma moldura em torno do ecrã, que é visivelmente mais larga no Pixel 9a, e não é a mais atraente para um dispositivo que custa 559€. Dispositivos de gama média de outras marcas oferecem ecrãs com acabamentos mais premium, e para além disso, ao contrário dos restantes Pixel 9, o Pixel 9a não conta com o Gorilla Glass Victus 2, utilizando “apenas” o Gorilla Glass 3, o que representa uma pequena diminuição na resistência. A Google, portanto, ainda tem espaço para melhorias neste ponto. Em comparação com o Pixel 8a, o ecrã do 9a não apresenta qualquer tipo de proteção adicional, permanecendo visível e brilhante, sendo um dos mais bonitos da sua faixa de preço. O suporte a HDR10+ e HEVC também está presente em serviços como o Netflix e o YouTube, o que é um ponto muito positivo.
O Google Pixel 9a chega ao mercado com o Android 15 pré-instalado e com a promessa de atualizações durante 7 anos com atualizações de segurança, atualizações importantes e novos lançamentos de funcionalidades. Para mim, os smartphones Google Pixel são, sem dúvida, os melhores dispositivos Android dos últimos tempos. Até agora, a Google é a única marca que tem demonstrado um excelente suporte a longo prazo, mesmo para modelos não topo de gama, como foi o caso do Pixel 7a, e até o excelente trabalho realizado com os Pixel 8 e o 8 Pro, por exemplo, que estão a funcionar de forma mais eficiente e com a autonomia melhorada em comparação ao momento do seu lançamento (em 2023).
Com todas essas melhorias em mente, o Pixel 9a também beneficia das otimizações feitas nos Pixel 9 e 9 Pro. Chega ao mercado com o chip Tensor G4 já consideravelmente mais afinado, oferecendo um desempenho mais eficiente em termos de consumo de energia. Para além disso, todas as funcionalidades baseadas em inteligência artificial que estão presentes nos modelos topo de gama, estão presentes neste equipamento de gama média. Ou seja, a experiência oferecida neste novo smartphone, é exatamente a mesma que é oferecida nos modelos Pro, ou seja, tem tudo o que de melhor existe no mercado em termos de IA. E isso não é só bom, é excelente.
E uma das ferramentas mais impressionantes que temos acesso é o Gemini Live, uma ferramenta alimentada por inteligência artificial que é capaz de resolver inúmeras questões através de comandos dados em linguagem natural por parte do utilizador. Se essa ferramenta só por si já era impressionante, recentemente a Google ativou a partilha da câmara e do ecrã com o Gemini Live. Resultado? Com o Pixel 9a podemos tirar proveito de um dos melhores recursos de IA que alguma vez chegou aos smartphones, e não só aos da Google. A titulo de exemplo, podemos apontar a câmara do Pixel 9a para uma planta, e questionar o Gemini Live se acha que a planta esteja saudável. Por incrível que possa parece, a IA reconhece a planta, reconhece se a mesma está ou não saudável, e faz diversas recomendações da forma como a podemos tratar. E isso é só um exemplo, já que podia enumerar aqui dezenas de utilidades para este recurso que certamente será o pilar da IA nos smartphones.
O novo smartphone da Google conta ainda com o chip Titan M2, um processador dedicada à segurança, 8GB de RAM LPDDR5x e opções de armazenamento de 128 ou 256GB UFS 3.1. Com especificações técnicas idênticas às do Pixel 9, que já foi analisado anteriormente, não devemos esperar diferenças significativas em termos de desempenho. No uso diário, o Pixel 9a comporta-se tão bem como qualquer dispositivo topo de gama. A navegação em redes sociais, envio de e-mails, utilização do Chrome, funções de inteligência artificial ou em jogos são tão agradáveis como em outros modelos de gama alta.
Durante os meus testes, mesmo em ambientes quentes, o Pixel 9a nunca teve problemas de sobreaquecimento. Em alguns jogos mais exigentes (Call of Duty Mobile, Diablo Immortals e Wild Rift), percebi que a qualidade gráfica era ligeiramente limitada, mas essa redução não deverá ser notada pelos utilizadores aquando da sua utilização.
O Pixel 9a conta com uma bateria de 5100mAh e suporte para o carregamento sem fio de 7,5 W, além de carregamento com fio de 23W. Num dia com utilização intensiva, o dispositivo alcançou mais de 4 horas de utilização ativa e mais de 4 horas de utilização passiva (no Waze, Google Maps e Spotify em segundo plano), e cheguei a fim do dia com mais de 25% de bateria restante. Num dia “normal”, alternando entre Wi-Fi e 5G ao ar livre, o Pixel 9a registou 4 horas e 12 minutos de ecrã ativo, 9 horas e 10 minutos em standby cheguei ao fim do dia com mais de 31% de bateria restante. Já num dia inteiro com a utilização de apenas Wi-Fi, o dispositivo conseguiu 7 horas e 11 minutos de ecrã ativo e 4 horas em standby, e ainda restaram 20% de bateria.
O Pixel 9a oferece Wi-Fi 6E, em vez do Wi-Fi 7, enquanto o Bluetooth permanece 5.3. Um ponto positivo é o sinal mais estável, especialmente em redes de dados. No entanto, uma desvantagem é a falta de um terceiro microfone traseiro, o que afeta a qualidade da captura de áudio em gravações de vídeo, especialmente para reduzir ruídos de fundo, como o vento. A vibração, por outro lado, continua excelente, alinhada com os modelos topo de gama da Google.
Em relação à qualidade do som, os altifalantes estão num nível intermediário, entre aquilo que é oferecido no Pixel 8a e o Pixel 9. O áudio estéreo é ligeiramente desequilibrado, com mais ênfase no altifalante principal inferior, mas ainda assim é suficiente para uma boa experiência ao ouvir vídeos ou músicas.
Para quem utiliza o Pixel 8a, e está a pensar fazer o upgrade para esta nova geração do smartphone da Google, a diferença em termos de fotografia é muito significativa. O Google Pixel 9a conta com um sistema de dupla câmara na traseira, em que o sensor principal é um sensor de 48MP com OIS e abertura f/1.7. Já o segundo sensor é um sensor ultra grande angular com 13MP e abertura f/2.2 e na frente, o equipamento conta com um sensor de 13MP. Se do lado do hardware a diferença em relação ao seu antecessor até parece não ser muita, a verdade é que este novo smartphone beneficia muito de um suporte de software muito robusto, impulsionado pelo Tensor G4. Como resultado, as fotos são melhores e, muitas vezes, com a qualidade muito próxima daquilo que é oferecida no topo de gama, o Pixel 9. Durante a noite, quando se utilizam ISOs mais altos, a diferença de qualidade entre o Pixel 9 e o 9a, nota-se que o Pixel 9 tem fotos ligeiramente mais favoráveis, e mesmo essa diferença não é muito significativa.
Em termos de gravação de vídeo, o Pixel 9a não suporta gravação a 24FPS, mas ainda oferece a possibilidade de gravar em 4K a 60FPS e 30FPS com a câmara frontal. Os vídeos são muito satisfatórios, mesmo após serem publicados em redes sociais como o Instagram. Das cerca de 100 fotos que tirei ao longo dos testes, apenas duas ou três foram realmente abaixo do esperado, o que confirma a excelência da Google com o seu sistema de câmaras.
O seu sensor ultra grande angular continua a ser o seu ponto mais fraco, não produzindo imagens dignas de destaque, mas que ainda assim, oferece um desempenho infinitamente superior às câmaras de 8MP com sensores de 1/4″ presentes em outros modelos da mesma faixa de preço. A ausência de uma lente telefoto física é compensada por uma lente digital 5X, que apresenta resultados muito aceitáveis. Na grande maioria das vezes, ao fotografar a 5X, não notei perda muito significativa de qualidade. Por outro lado, os modos retrato tendem a ser um pouco agressivos, com um efeito excessivamente dependente do software, enquanto as selfies continuam a depender de um HDR que, por vezes, é um pouco exagerado.
De um modo geral, o Google Pixel 9a é um excelente smartphone, e muito provavelmente o melhor na sua faixa de preço. Por quase metade do preço de venda de um Pixel 9, temos um smartphone muito semelhante em termos de design, um excelente ecrã, o mesmo processador, o mesmo software com todas as funcionalidades de inteligência artificial e com uma qualidade fotográfica que não é muito diferente, e que certamente não o irá envergonhar.
Este novo smartphone da Google estará disponível com preço a começar nos 559€, a partir de 14 de abril na Google Store e nos pontos de venda habituais.
Este produto foi cedido para análise pela Google.