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Por cliché que pareça, os Razer Kraken V4 Pro são uns dos, se não mesmo os melhores auscultadores da marca até à data. Com inovações, qualidade e extras suficientes que acabam por justificar o seu elevado preço.

A Razer há muito que já atingiu uma “forma definitiva” com alguns dos seus dispositivos, nomeadamente auscultadores, que quase todos os anos surgem com novos modelos que são iterações melhoradas em vez de grandes revoluções. A linha Razer Kraken é um desses exemplos, recebendo modelos para diferentes tipos de utilizadores e orçamentos.

Na sua quarta geração, os Razer Kraken V4 apresentam-se, para já, com duas soluções que apontam para os utilizadores mais exigentes: um modelo base que dá nome à linha e, também, os Razer Kraken V4 Pro, que são essencialmente os mesmos, mas com “ingredientes secretos” que deixarão saudades a quem os experimentar, como foi o meu caso.

Podemos mesmo afirmar que os Razer Kraken V4 Pro são os auscultadores “Topo de Gama” da Razer, apresentando-se não só como a mais completa solução áudio da marca, mas também a mais avançada. Com drivers de 40mm patenteados com tecnologia Razer TriForce Bio-Cellulose que prometem som preenchido, rico e claro; com um elegante microfone retrátil Razer HyperClear Super Wideband Mic que promete áudio claro durante chamadas e streams; com suporte de THX Spatial Audio que oferece uma experiência sonora imersiva; e com o Razer Chroma RGB que permite personalizar um pouco a iluminação exterior das cúpulas. Mas os maiores destaques vão para a integração do sistema de vibração háptica avançada, o Razer Sensa, e um controlador OLED muito especial.

O design dos Razer Kraken V4 Pro apresenta-se renovado face ao modelo anterior, mas mantendo uma linguagem de design familiar – simplista em forma, mas com ergonomia e elementos distintos. O que mais salta à vista são os cabos dos auscultadores na direção do braço, que surgem expostos e enrolados, transmitindo um ar mais “profissional” e retro, que contrasta com elegância com os contornos suaves e iluminação futurista.

O material é de alta qualidade, como seria de esperar, recorrendo a almofadas macias em couro, que se mantêm frescas ao longo de várias horas de utilização, e que abraçam confortavelmente as nossas orelhas, deixando espaço suficiente para o som respirar. Algo que também ajuda na acústica. Já o braço, também almofadado, recorre a uma malha que assenta nas nossas cabeças sem fazer muita pressão, algo que também pode ser ajustado com oito passos em cada lado.

A nível de interface, no lado esquerdo encontramos o seu microfone retrátil, porta USB-C para carregamento, botão On/Off, roda de volume e botão de mute para o microfone. No lado esquerdo encontramos um botão dedicado a vários níveis de vibração e outro a modos de vibração (Filme, Jogos, Música).

Do ponto de vista funcional, os Razer Kraken V4 Pro são confortáveis para longas sessões de jogo e “out of the box”, entregando uma experiência ótima e funcional.

Mas aprofundando um pouco nessa experiência, o áudio dos Razer Kraken V4 Pro mantém-se extremamente familiar a quem já estiver habituado a produtos da Razer, fazendo justiça às suas promessas. O som é rico, com um fantástico soundstage e clareza, e conta com aqueles baixos um nadinha mais exagerados quando comparamos com a concorrência, para dar a ilusão de um força extra, mas sem afetar ou distorcer o áudio. Tudo isto pode ser, obviamente, bem afinado e equilibrado de acordo com as preferências do utilizador através do software da Razer, o Synapse 4, com o próprio a oferecer já os tradicionais perfis para jogos, filmes e música, mas que, honestamente, nunca me convencem, pois acabo sempre por criar um perfil novo e ajustado às minhas preferências, ou deixando no básico, por considerar ser o mais “puro”.

A vantagem dos Razer Kraken V4 Pro serem um dos modelos mais completos da Razer é a capacidade de melhorar e afinar essa experiência para lá dos perfis de equalização. No Synapse 4, podemos aceder a melhorias como normalização de sons, que amplifica aqueles sons mais subtis como passos e diálogos baixos; o aumento e ajuste de baixos, que é ótimo para quem não aprecia o “boom” padrão; e a clareza de voz, particularmente ideal para chamaras, ouvir podcasts, streams e conteúdos semelhantes, onde o diálogo é o mais importante.

Fora de toda a equação, é digno de mencionar que os Razer Kraken V4 Pro não contam com nenhum sistema de cancelamento de ruído avançado, algo que começa a ser cada vez mais comum. Felizmente, esta ausência não se faz sentir, graças ao ótimo isolamento dos auscultadores.

Para além de tudo isso, não podemos ignorar o THX Spatial Audio, que, tal como o Dolby Atmos, considero essencial, especialmente para aquilo que os Razer Kraken V4 Pro foram concebidos: Os Jogos. Com esta licença incluída, os jogadores podem também selecionar perfis de jogos já preparados, como o caso de Cyberpunk 2077, Red Dead Redemption 2 e Half-Life Alyx, entre alguns exemplos de jogos da minha biblioteca, que surgiam com selo THX Immersive Mode. A experiência áudio nestes jogos é claramente fantástica, em particular em Cyberpunk 2077, um jogo ao qual estou bastante habituado e que se destaca pela sua essência imersiva, tanto visual como áudio, onde os sons do caos da cidade ecoam entre ruas, balas voam de rompante pelos nossos ouvidos e a publicidade alta e chata deste mundo distópico nos obrigam a olhar sob o nosso ombro. Já em Half-Life Alyx, com o fator imersivo ainda se sobressai mais, dado que é um jogo VR, onde o áudio espacial e todas as nuances ambientais adicionam ainda mais uma camada à experiência de imersão realista.

A qualidade sonora, aliada ao THX Spatial Audio, aqui extremamente bem explorado, podiam ser, por si só, excelentes pontos de destaque, mas os Razer Kraken V4 Pro oferecem algo mais, algo que já tinha experimentado no passado e adorado, mas que, agora, está ainda melhor.

Refiro-me, obviamente, à vibração háptica da Razer, agora com o nome Razer Sena HD Haptics, uma evolução tecnológica daquilo que a marca já tinha apresentado no passado. Este novo sistema háptico foi desenhado para fornecer feedback físico ao utilizador em tempo real e foi também concebido funcionar com todo o tipo de conteúdos.

O conceito geral desta tecnologia face ao anterior Hypersense não muda muito, com o software interno a analisar ondas sonoras, capturando os baixos e reproduzindo-os de através de vibrações com motores hápticos, criando uma sensação aumenta de imersão e de força dessas frequências. No fundo, encorpando o som, simulando aquilo que sentimos quando vamos ao cinema ou a um espetáculo.

A nova versão Razer Sena HD Haptics surge mais afinada, com uma isolação de frequências melhorada, suporte em tempo real para qualquer tipo de conteúdo e, graças a diferentes atuadores distribuídos nos auscultadores, a uma separação espacial e multidirecional. Adicionalmente, esta nova versão permite também que alguns jogos recebam suporte oficial, com perfis adaptados.

Se, na teoria, parece excelente, na prática tudo isto se faz sentir, mas com diferentes graus de sucesso. Começando pelos jogos com integração oficial do Razer Sena HD Haptics, há que mencionar que a lista é muito reduzida e a popularidade dos jogos é, também ela, estranha. Na lista encontramos jogos de destaque como S.T.A.L.K.E.R. 2, Hitman, Final Fantasy XVI ou Snowrunner, mas também jogos como Pinball FX, PC Building Simulator 3 e Screw Drivers.

Experimentei Final Fantasy XVI e, para ser honesto, não gostei muito da experiência. O efeito da vibração parece continuar a basear-se apenas nas frequências mais baixas, mas a distinção entre o efeito de sons ambiente, sons de jogo e, até, de música, é relativamente reduzida, com a vibração a afetar a perceção acústica dos restantes sons. Claro que é possível desligar ou afinar a intensidade, entre baixo, medio e alto, mas é, sem dúvida, um efeito que sinto que compromete um pouco a experiência.

Curiosamente, noutros jogos sem esta integração, o Razer Sena HD Haptics parece ter resultado em efeitos semelhantes, com a intensidade da vibração, mesmo mais baixa, a “colocar-se” em primeiro plano. Não é propriamente subtil. Mas é, definitivamente, subjetivo, com o grau de apreciação desta tecnologia a depender de cada utilizador.

A experiência melhora na visualização multimédia e em música. Em filmes e séries, o Razer Sena HD Haptics adapta-se melhor, pois os sons são mais calibrados, e em música, em particular instrumental e eletrónica, o efeito destaca-se positivamente ao encorpar a acústica geral. Porém, elementos sonoros como vozes, especialmente mais profundas, acabam por receber este efeito, o que pode ser distrativo.

Estas impressões mistas ao Razer Sena HD Haptics tornam-se num problema que abona de forma positiva à sua integração, pois ao desativar, ou ao passar para outros auscultadores, a falta de baixos mais encorpados faz-se sentir. Nessas situações, o som parece que não evoca a mesma força ou dinâmica. É quase um daqueles casos em que depois de se provar é difícil voltar atrás, até mesmo com as suas qualidades menos positivas.

Como seria de esperar, tudo o que está relacionado com os Razer Sena HD Haptics também pode ser personalizado e afinado com alguma flexibilidade, com o Synapse 4 a oferecer três modos, Controlado, Equilibrado e Dinâmico, e um quarto completamente personalizado, com diferentes intensidades e frequências.

Não seria um par de auscultadores para jogadores e criadores de conteúdo se não trouxesse um microfone para comunicação durante jogos ou chamadas. E a nível de design, a Razer optou pelo elegante e muito bem-vindo braço retrátil e flexível, que se esconde no lado esquerdo dos auscultadores.

Por fim, chegámos ao ponto alto da experiência Razer Kraken V4 Pro, que vem acompanhado com uma caixa de controlo, chamada OLED Control HUB. Em vez de optar pelo tradicional dongle USB para PC e consola, a Razer criou um centro de comando para a secretária com uma roda de controlo gigante e um ecrã OLED, como o nome assim propõe.

Compatível com PC e dispositivos como a PlayStation 5, Nintendo Switch, Steam Deck, entre outros, ainda conta com uma porta auxiliar de 3.5mm de entrada de som. É um acessório que poderia muito bem ser vendido à parte, dada a sua versatilidade.

Com dimensões consideráveis, este OLED Control HUB poderia ser, de facto, mais pequeno para aquilo que propõe, mesmo sendo elegante. Nele é possível controlar volume, modos de equalização, perfis hápticos, intensidade háptica, escolher fonte e nivelar o som audível do microfone.

Este controlador é extremamente intuitivo de se usar e, novamente, a Razer não se poupou nas suas capacidades de personalização, permitindo a escolha de vários home-screens com animações, logos, medidores de áudio (o meu favorito) e até estatísticas de sistema e informativas, como percentagens de desempenho do CPU e GPU e respetivas temperaturas. Não é um “hub” extenso como um Stream Deck, mas oferece um nível de utilidade suficiente e bem-vindo.

A nível de autonomia, os Razer Kraken V4 Pro comportam-se bastante bem, mas uma vez que feedback háptico é uma peça tão importante da experiência, estamos perante uma utilização contínua relativamente reduzida. De forma relaxada, usando os Razer Kraken V4 Pro via wireless e com o Razer Sena HD Haptics ativo, a sua bateria durava-me cerca de quatro dias de utilização até começar a pedir carga, algo que de cabeça se se traduz a umas quatro horas diárias, ou sensivelmente 16, no total. Um número que galopa consideravelmente até às 50 horas, de acordo com a Razer, sem Razer Chroma ou Razer Sena HD Haptics.

Por cliché que pareça, os Razer Kraken V4 Pro são uns dos, se não mesmo os melhores auscultadores da marca até à data. O seu preço de 449,99€ pode parecer elevado, mas as suas tecnologias de destaque, a excelente qualidade áudio – em particular a espacial imersiva – e o controlador avançado incluído, acabam por justificar. Com espaço para melhorar em alguns aspetos, nomeadamente com o Razer Sena HD Haptics, é uma proposta completa e das mais personalizáveis que poderão encontrar.

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Este produto foi cedido para análise pela Razer.

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