A 7.ª Bataria do Outão dará lugar a uma unidade hoteleira de cinco estrelas com 35 quartos.
Em 2022, o Governo anunciava o lançamento de um concurso para a concessão de exploração da 7.ª Bataria do Outão, localizada na Serra da Arrábida. O imóvel, colocado a concurso no âmbito do programa Revive, seria concessionado por 50 anos para exploração com fins turísticos, sendo que o objetivo passava por fazer nascer, no local, uma pousada ou hotel.
No entanto, no ano seguinte, era noticiado que, afinal, não iria surgir um novo hotel, mas sim um restaurante, com uma abertura estimada algures em 2025. Ora, não foi isso que aconteceu… e não é isso que vai acontecer. Pelo menos em parte.
No passado dia 29 de janeiro, a Câmara Municipal de Setúbal aprovou a proposta para o desenvolvimento de um plano de pormenor destinado à reconversão da 7.ª Bataria do Outão, num projeto que visa transformar as antigas instalações militares, que ocupam uma área de 5,15 hectares, numa unidade hoteleira de cinco estrelas com 35 quartos. Portanto, vai mesmo nascer um novo hotel de luxo.
Para garantir o sucesso do projeto, será necessário elaborar um plano de pormenor que defina as intervenções a realizar no local, em conformidade com o Plano Director Municipal (PDM) de Setúbal. Este plano deverá assegurar a integração do empreendimento com o ambiente, a paisagem e o património, ao mesmo tempo que preserva e valoriza as estruturas militares mais relevantes. Além disso, o projeto deverá contemplar uma avaliação detalhada das condições geológicas e geotécnicas, a elaboração de um Estudo de Enquadramento Paisagístico e um Plano de Gestão Ambiental.
O projeto também deverá garantir a obtenção de uma certificação ambiental ou um rótulo ecológico emitido por uma entidade independente, conforme as normas exigidas. O uso de espécies vegetais autóctones da Serra da Arrábida será outro aspeto fundamental a ser integrado, alinhando-se com as diretrizes da Estrutura Ecológica Municipal.
A concessão deste espaço foi atribuída, por concurso público, à Real Bolhão, responsável pelas obras de reconstrução e pela exploração do futuro hotel.
A 7ª Bataria do Outão
Para se perceber a importância histórica deste imóvel, refira-se que, após a Segunda Guerra Mundial, uma comissão luso-britânica desenvolveu um plano de defesa costeira da região de Lisboa, conhecido por Plano Barron, que, entre 1948 e 1958, tornou operacionais as batarias fixas instaladas ao longo das margens dos rios Tejo e Sado e da Península de Setúbal.
Localizada na encosta da Serra da Arrábida, a 7.ª Bataria do Outão era o sétimo reduto de defesa da costa marítima portuguesa, dando proteção à foz do rio Sado e reforçando o poder de fogo das 6.ª e 8.ª batarias.
Ficou operacional em 1954, constituída por três batarias de 152mm da marca Vickers (de fabrico inglês, com um alcance de cerca de 35 km), pelo antigo Forte Velho de Outão e pelo aquartelamento construído no Forte. Cessou atividade em 1998, encontrando-se sem utilização desde o seu encerramento e desmantelamento.
