O Bacorinho – Em Setúbal não se come apenas leitão (do bom)

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Duas décadas depois do começo, a marca O Bacorinho abriu o seu próprio restaurante. E as coisas prometem não ficar por aqui.

A história remonta a 2003, quando Hélio Gaspar, depois de anos a distribuir leitões pela Bairrada, decidiu fundar a marca O Bacorinho. Com a instalação dos seus próprios fornos – e, mais tarde, em 2010, com uma fábrica -, comprometeu-se a entregar leitão assado, ainda quente e crocante, na Grande Lisboa. A 7 dezembro de 2024, mais de duas décadas depois, a marca deu um passo significativo ao abrir o seu primeiro restaurante na cidade onde tudo começou: Setúbal.

Portanto, e após 21 anos a levar o sabor do leitão assado à moda da Bairrada aos lares portugueses, a marca O Bacorinho expandiu-se com um espaço na cidade setubalense, que não só presta homenagem ao prato que tornou a marca célebre, como também apresenta uma oferta diversificada.

O começo de tudo foi ainda antes, há 25 anos. Hélio Gaspar, que cresceu rodeado de animais, tinha suiniculturas, as quais comprava e vendia. Não satisfeito com esta fase da vida, começou a perceber que tinha de trazer para a região de Setúbal um produto “bom”, que o responsável acreditava ser o leitão assado à moda da Bairrada.

Mas a vida do fundador d’O Bacorinho nunca foi fácil. Apesar de ter herdado o nome do pai – José Gaspar, um homem muito altruísta e sempre disposto a ajudar quem precisasse – Hélio Gaspar lutou para que construísse um nome, não vivendo à sombra do progenitor. “Eu era o filho do Zé Gaspar e não o Hélio Gaspar”, disse-nos o fundador d’O Bacorinho durante um jantar no qual o Echo Boomer esteve presente. O resto? Uma história de (muito) sucesso, mesmo após ter começado tudo do zero.

Assim, e após mais de 20 anos de mercado, surgiu a necessidade de fazer surgir um restaurante dedicado ao O Bacorinho.

No entanto, este grupo empresarial tem um grande projeto planeado para breve. “Nós temos um projeto na Setcom, onde era a antiga Nokia, na Quinta do Anjo. Comprámos essa antiga fábrica em 2020, só que são 4.000m2 de construção e o investimento andará na ordem dos 5-6 milhões de euros”, disse-nos Hélio Gaspar. Portanto, este restaurante d’O Bacorinho acaba por servir como teste para um projeto muito maior. “Pensei em fazer uma prova de conceito para perceber se o conceito funciona e se funciona como eu imagino. Porque o Excel aceita tudo, mas a realidade depois é outra.”

Nessa antiga fábrica será também centralizada a cozinha do Frango Vaidoso – famosa cadeia de churrasqueiras em Setúbal que, só no ano passado, faturou cerca de 4.5 milhões de euros -, bem como os fornos d’O Bacorinho, culminando tudo num restaurante com mais de 300 lugares. E por falar em Frango Vaidoso, antes deste grandioso projeto está previsto que surjam mais churrasqueiras da conhecida marca, mas fora de Setúbal.

Mas enquanto este ambicioso projeto não vê a luz do dia, o foco está neste restaurante d’O Bacorinho. A oportunidade para fazer nascer o restaurante surgiu após o restaurante Mineiro ter fechado – na altura da pandemia -, num espaço onde também chegou a funcionar um talho. “Quando peguei no espaço, reparei que havia uma adega no chão, e achei engraçado, mas, após ter falado com o arquiteto Manuel Romão, acabámos por mudar tudo. Paredes, tetos, decoração… tudo”. Os tetos, por exemplo, são microperfurados, para que os clientes possam falar uns com os outros sem que tenham de “gritar”. E o próprio chão está preparado para fazer insonorização. Assim, um espaço que estava datado, com um ar retrógrado, surgiu com um ar completamente novo, muitíssimo bem decorado, e com cores que conjugam na perfeição com o restante ambiente do restaurante. Houve, efetivamente, muito bom gosto no desenho de todo o restaurante. O investimento? Na ordem dos 450.000€.

No restaurante O Bacorinho, o leitão é, como seria de esperar, o best seller. Assado em forno de lenha, é estaladiço por fora e suculento por dentro. Cada dose de leitão chega à mesa como estando cortado em cubos, para que todos possam devorar facilmente. E acreditem: se não apreciam leitão, provem este…

Para quem não sabe, a Raça Bísaro, o Malhado de Alcobaça e o Cruzado Alentejano são as raças de leitão mais apropriadas para assar à moda da Bairrada.

A gestação das porcas dura 3 meses, 3 semanas, 3 dias e 3 horas. As porcas têm, em média, 14 tetas, e cada leitão mama sempre na mesma teta – as tetas da frente são mais ricas em lactose, ou seja, os leitões que mamam nelas crescem mais depressa. O leitão é depois desmamado aos 21 dias e, em média, é abatido 20 dias depois. Só para terem noção, um leitão pode crescer de 400 a 700 gr/dia.

Além disso, as características da mãe, do pai, bem como da ração de que se alimentam, são essenciais para a qualidade do produto. Desde a criação, ao transporte à matança, todo o processo de transformação influencia a qualidade do produto final. Convém também dizer que o leitão usado na confeção do “leitão assado à moda da bairrada” não tem direito a provar outra iguaria que não seja o leite materno, sendo que a carne perderia algumas características.

Mas sendo um restaurante, não se pode servir apenas um produto. Porque, lá está, apesar de a marca O Bacorinho estar associada a um monoproduto, as mudanças nos hábitos de alimentação dos clientes levaram a uma carta pensada para todos os gostos.

Nas entradas, podem optar pela seleção de enchidos (porco preto), pela manteiga de leitão – deliciosa por sinal – e pelo croquete de leitão, que chega à mesa com molho… de leitão. Faz tanto sucesso que há quem já tenha perguntado se não dava para levar para casa.

Nos principais, e além do leitão, têm Presa de Porco Preto, Franguinho Vaidoso – um bocadinho mais pequeno – 600-700gr – do que aquele servido nas churrasqueiras, que pesa cerca de 1kg -, Prego no prato, Naco da Vazia, Lombo de Bacalhau e, até, Brás de Legumes, a pensar nas pessoas que não querem carne ou peixe.

Para finalizar, podem optar pelo Pudim, Leite Creme, Mousse de Citrinos e Mousse de Chocolate. Provámos este último e estava incrível, tanto que quase parecia gelado de mousse de chocolate.

Localizado na Rua Fernando Motrena 5 B, em Setúbal, o restaurante dispõe de 76 lugares e inclui uma sala privada destinada a eventos ou refeições de grupo, disponível mediante reserva (265247939 ou 962877819 (WhatsApp)). O restaurante está aberto todos os dias, das 12h às 15h30 e das 19h às 23h30.

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