Com abertura prevista para o início de 2026, o Museu das Convergências será um museu com vocação global.
A transformação do antigo Matadouro Municipal, localizado em Campanhã, no Porto, numa referência cultural a nível nacional, terá como princípios orientadores a transculturalidade e o conhecimento. Este novo centro cultural acolherá o Museu das Convergências, cuja missão será explorar a arte enquanto reflexo da condição humana. Para o colecionador Álvaro Sequeira Pinto, proprietário da Coleção Távora Sequeira Pinto, a criação deste museu reafirma uma ideia central: “melhores museus levam a melhores pessoas e, consequentemente, a um mundo melhor.”
O contrato de comodato que formaliza a instalação da coleção no Matadouro foi aprovado por unanimidade pelo executivo municipal. Durante a discussão, Álvaro Sequeira Pinto sublinhou o valor da experiência acumulada em mais de quatro décadas de colecionismo, descrevendo-a como uma “viagem sem sair do lugar”. Agora, segundo o próprio, essa viagem toma um novo rumo: “a coleção será aberta a diálogos inéditos, colocada ao serviço do público e disponibilizada ao mundo e à ciência.” Importa referir que, apesar da sua importância, a coleção nunca foi exibida na íntegra.
Reconhecida pela sua singularidade e abrangência no panorama nacional, a coleção inclui 1.800 peças que englobam escultura, mobiliário, cartografia, desenho, pintura, têxteis, joalharia, porcelanas e faianças. Com um foco particular na expansão portuguesa para o Oriente no século XVII, a coleção abrange também territórios como as Américas, incluindo ainda núcleos significativos de arte europeia antiga, desde o período tardo-medieval até ao Renascimento.
O Museu das Convergências, segundo Sequeira Pinto, será um espaço dedicado à investigação e à exposição de bens culturais ligados aos processos de transculturalidade e às histórias da arte que emergem das mobilidades humanas e da troca de conhecimento entre culturas. A partir do Porto, o museu ambiciona posicionar-se como uma referência no estudo da relação entre arte, história e globalização.
A abertura está prevista para o início de 2026.