A nova proposta de Donald Trump quer aplicar taxas a chips provenientes de Taiwan, que podem ir “até 100%”.
O novo presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, anunciou que tem planos para taxar semicondutores fabricados pela TSMC, um dos maiores fornecedores globais de chips utilizados por algumas das mais importantes tecnológicas como a Apple, NVIDIA e AMD.
Em conferência, Trump tenta justificar este plano com a sua mentalidade imperialista de domínio e de soberania, afirmando: “Vamos colocar taxas sobre a produção estrangeira de chips para trazer a sua produção de volta aos Estados Unidos.”
Adicionalmente, afirmou também que “eles abandonaram-nos e foram para Taiwan”, referindo-se às fabricantes de semicondutores como a TSMC, apesar desta ter inaugurado uma fábrica no estado do Arizona. Contudo, uma grande parte da produção continua em Taiwan.
Esta proposta ganha contornos mais estranhos, com Trump a criticar o programa CHIPS and Science Act assinado pelo seu antecessor Presidente Joe Biden – no qual foram investidos 52 mil milhões de dólares para a produção dentro dos próprios Estados Unidos -, e ameaçando com um aumento de taxas que podem ir até aos 100%.
“Não queremos dar-lhes milhares de milhões de dólares como este programa ridículo que o Biden deu a todos. Eles já têm milhares de milhões de dólares. Eles não precisam de dinheiro, Joe. Eles só têm dinheiro. Eles não precisavam de dinheiro. Precisavam de um incentivo. E o incentivo vai ser que eles não vão querer pagar uma taxa de 25%, 50% ou até 100%.”
Como é obvio, esta absurda medida, ao entrar em prática, poderá ter implicações enormes a nível global, como alguns especialistas apontam, com aumentos de preço em virtualmente todos os produtos tecnológicos, tanto a nível de consumo, como profissional, em todo o tipo de indústrias, sejam dirigidas ao lazer, entretenimento, educação, investigação, e até produtos definidos como “bens essenciais”.
“As empresas terão de construir fábricas aqui se quiserem evitar tarifas de 25%, 50% ou até 100%”, remata Trump, contrariando o desejo de algumas das tecnológicas que receberam do programa CHIPS and Science Act. É o caso da Intel, que, ao receber 7.9 mil milhões de dólares de incentivo, expandiu-se com mais fábricas no Arizona, Novo México, Oregon e Ohio, onde a tecnológica está a construir plataformas para a produção de chips.