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Sonic X Shadow Generations não é uma simples remasterização, incluindo todo um jogo dedicado a Shadow, naquela que é uma das melhores experiências da saga dos últimos anos.

Não posso falar em nome dos fãs de Shadow, mas, enquanto fã casual do Sonic contemporâneo (e antigo fã hardcore da era dos 16-bit), sinto que a SEGA promoveu Sonic X Shadow Generations sem grande entusiasmo, apresentando este relançamento como uma mera remasterização glorificada de Sonic Generations, lançado originalmente em 2011.

Claro que esta é uma leitura de quem está um pouco afastado da “cena” e do universo Sonic, e, talvez por ter expectativas mais baixas, fiquei bastante surpreendido ao encontrar um pacote tão recheado de conteúdo e com um nível de produção tão elevado – dentro dos “termos Sonic”, claro.

A verdade é que Sonic X Shadow Generations são, realmente, dois jogos num só pacote, com a nova porção dedicada a Shadow a merecer destaque. No final de contas, esta nova campanha é o jogo de Sonic em 3D mais divertido, variado e polido que joguei desde… bem, Sonic Generations. À semelhança do que a Nintendo fez com Super Mario 3D World + Bowser’s Fury, temos Sonic Generations num formato de remasterização tradicional, com resoluções, texturas, cinemáticas e taxas de frames atualizadas para o nível de um título nas plataformas atuais. Não há propriamente nada de revolucionário neste remaster, que entrega exatamente o que se espera: uma celebração definitiva de Sonic, com uma excelente direção de arte, visuais coloridos e ação estonteante. É uma oportunidade para os fãs de longa data revisitarem o jogo e para novos jogadores o conhecerem.

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Sonic X Shadow Generations (SEGA)

A estrela deste pacote é, como seria de esperar, Shadow. A expansão é separada do jogo original, mas a aventura decorre em paralelo com a dos dois Sonic, que tentam restabelecer as suas linhas temporais, distorcidas pelo Time Eater. Enquanto isso, Shadow encontra-se numa estação espacial e enfrenta um antigo inimigo, Black Doom, que o lança para um limbo onde terá de reviver memórias dolorosas, interagir com personagens do passado e completar uma série de níveis inspirados no legado partilhado com Sonic.

A estrutura de Shadow Generations é muito semelhante à de Sonic Generations, com a diferença de que não há alternância entre heróis de eras diferentes. Shadow percorre níveis organizados em pares, onde o primeiro segmento é em 3D, como nos jogos de Sonic moderno, e o segundo é um side-scroller 2.5D. Para além destes níveis, o jogo oferece missões com objetivos específicos, como derrotar inimigos, apanhar anéis num tempo limite ou sobreviver com apenas um anel.

Estes níveis são acedidos através de um HUB, um limbo branco semelhante ao de Sonic Generations, mas em formato de mundo aberto, com segredos, colecionáveis, inimigos e NPCs. É um espaço ideal para os fãs de colecionismo e serve quase como um nível de treino para dominar Shadow. Não é uma área extensa, mas tem o tamanho certo para entreter entre missões, lembrando o HUB de Bowser’s Fury.

O que torna Shadow Generations especial não é apenas a presença de Shadow, mas sim a dedicação da Sonic Team em criar níveis bem desenhados, divertidos de explorar e fáceis de interpretar – algo que tem sido uma das falhas nos jogos Sonic 3D. Confesso que, apesar de ter vivido intensamente a “era nu-metal” na qual Shadow surgiu, sempre o achei um personagem um pouco exagerado e forçado – foleiro, até. Por isso, foi surpreendente vibrar com algumas sequências de ação e quick time events, com níveis visualmente espetaculares, quase como cenas de um filme do Dr. Strange.

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Sonic X Shadow Generations (SEGA)

Outro aspeto inesperado foi a nostalgia por jogos como Sonic Forces e o infame Sonic The Hedgehog de 2006, recriados aqui com os seus níveis e acompanhados pelas respetivas bandas sonoras. Entre segmentos de velocidade intensa, o design dos níveis permite-nos antever plataformas, obstáculos e inimigos, com indicadores de ataque e interação bem ajustados, o que resulta numa navegação mais satisfatória do que em Sonic Generations. Para ajudar a ultrapassar alguns obstáculos, Shadow também tem uma habilidade divertida de pausa no tempo, que o transforma no Quicksilver dos X-Men.

Os níveis têm múltiplos caminhos e segredos, incentivando à exploração e repetição, diferente daquela urgência em terminar os níveis, como é comum em outros jogos do Sonic. Em Shadow Generations, há motivos para regressar aos níveis, e o design dos mesmos torna isso bem interessante.

Assim como Sonic Generations, Shadow Generations é uma celebração. Lançado estrategicamente antes da estreia de Shadow no cinema em Sonic The Hedgehog 3, a SEGA aproveita para apresentar novos fãs ao “quem é Shadow”, com uma galeria de histórias, concept art, cinemáticas e outros colecionáveis sobre a personagem. É um conteúdo extra que enriquece a experiência e motiva a exploração.

Durante o meu tempo de jogo, a qualidade de Shadow Generations foi impecável, sem bugs ou falhas técnicas, ao contrário de outros lançamentos da Sonic Team. É uma experiência extremamente sólida e, acima de tudo, fluida, até em máquinas como a Steam Deck, onde o jogo corre na perfeição, com as suas definições no máximo.

Não estava no meu “Bingo Card”, mas aqui estou eu, em 2024, a elogiar um novo jogo de Son… perdão, Shadow, lembrando-me novamente da música “All of Me” enquanto arranjo tempo para voltar e melhorar as pontuações desta expansão. Apesar de não ser muito extensa, tem a duração perfeita para justificar o regresso de Sonic Generations à geração atual.

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Cópia para análise (versão PC) cedida pela Cosmocover.

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