Cá aguardaremos pelo cartaz.
Terminou ontem, dia 24 de agosto, mais uma edição do CA Vilar de Mouros, uma edição que foi especialmente difícil de realizar. O festival começou por anunciar os Queens of The Stone Age em fevereiro, tendo demorado praticamente mais quatro meses para anunciar outros nomes.
E ainda antes da revelação do cartaz completo, conhecido somente a 20 dias do festival, houve uma baixa de peso que veio mudar as regras do jogo: os Queens of The Stone Age tinham cancelado a sua digressão europeia, o que automaticamente cancelava a atuação em Vilar de Mouros.
Com isto, a organização decidiu colocar o primeiro dia do evento somente com nomes portugueses… e entrada gratuita. Olhando para o cartaz como um todo, o lineup era simpático, mas muito muito longe de outros tempos.
Assim, não admira que, ao longo dos quatros dias, somente tenham passado pelo recinto 55.000 pessoas. Isto dá uma média de apenas 13.750 festivaleiros por dia, números ainda mais preocupantes quando o primeiro dia era grátis. É, também, uma descida considerável em relação à edição de 2023, que registou 70 mil espectadores.
Esta parece ser uma tendência em alguns festivais de verão. Os festivais da Música no Coração, por exemplo, como o Super Bock Super Rock e o MEO Sudoeste, estão longe das enchentes do passado. No recinto do Meco, que pode levar entre 30.000 a 40.000 pessoas por dia, a promotora esperava um total de 50.000 festivaleiros para os três dias. Deste número, 20.000 estiveram no primeiro dia, encabeçados pelos italianos Måneskin. De facto, com pouca gente consegue-se uma boa experiência, mas isto também afeta a capacidade orçamental da promotora, que acaba por construir cartazes pouco apelativos para as massas.
O MEO Sudoeste sofre do mesmo problema. Falamos de um festival que, em 2019, recebeu 157.000 festivaleiros. Mas desde então o interesse tem caído a pique: em 2024 foram apenas 65.000 espectadores, o que dá uma média de apenas 16.250 pessoas por dia.
Já festivais como o NOS Alive, que tem quase sempre os dias todos esgotados em todas as edições; o Primavera Sound Porto, que teve 100.000 pessoas este ano; e o MEO Marés Vivas, que teve dois dias esgotados este ano, parecem ir de vento em poupa. Lá está, depende muito dos cartazes.
Quanto a Vilar de Mouros, já tem datas para 2025: 21, 22 e 23 de agosto. Sim, não haverá um quarto dia, como originalmente planeado este ano. Aos jornalistas presentes na conferência de imprensa de rescaldo do festival, Paulo Ventura, da organização do evento, disse que já estão fechados dois ou três artistas para 2025, que a seu tempo serão revelados.