Xiaomi SU7 é o primeiro carro elétrico da tecnológica, que quer ser um dos principais fabricantes de automóveis do mundo

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Estima-se um lançamento algures para 2025 nos mercados internacionais.

Depois da revelação das primeiras imagens no mês passado, a Xiaomi deu esta semana uma conferência de imprensa onde anunciou oficialmente a sua tecnologia Xiaomi EV (Electric Vehicle), concebida especificamente para o segmento dos veículos elétricos. Por outras palavras, vamos finalmente assistir à entrada da tecnológica chinesa no mundo dos automóveis.

O primeiro veículo, o Xiaomi SU7, já tinha sido mostrado em novembro, tal como referimos, e posiciona-se como um “sedan ecológico de alto desempenho de tamanho normal”, de acordo com a marca. E há também o modelo Xiaomi SU7 Max.

Na conferência de lançamento, a Xiaomi apresentou os seus motores elétricos desenvolvidos e fabricados de forma independente, HyperEngine V6/V6s e HyperEngine V8s, que empregam tecnologias como a tecnologia de arrefecimento total do óleo bidirecional, o design do circuito de óleo em forma de S e o design das laminações de aço silício escalonadas.

O HyperEngine V8, com uma velocidade máxima de 27.200 rpm, uma potência de 425 kW e um binário máximo de 635 N-m, estabelece um recorde mundial para os motores elétricos, diz a Xiaomi. A marca refere que o HyperEngine V8s emprega a primeira placa de aço silício de ultra-alta resistência da indústria, com uma resistência à tração de 960MPa, “ostentando uma resistência que ultrapassa em mais de duas vezes as ofertas da indústria convencional”.

Para o design de arrefecimento, o HyperEngine V8s adota uma tecnologia de arrefecimento total do óleo bidirecional e um design de circuito de óleo em forma de S. Para o estator, é utilizado um circuito de óleo de ciclo duplo, aumentando a área de dissipação de calor em 100% e obtendo um efeito de arrefecimento de até 20°C. Entretanto, a secção do rotor utiliza um circuito de óleo patenteado em forma de S, aumentando a área de dissipação de calor em 50% e conseguindo um efeito de arrefecimento de até 30°C. Além disso, as laminações de aço silício do estator apresentam um design escalonado, tipo degrau, aumentando ainda mais a área efetiva de dissipação de calor em mais 7%.

Já os motores elétricos HyperEngine V6/V6s apresentam uma velocidade de rotação de 21.000 rpm. Entre eles, o motor HyperEngine V6 tem uma potência máxima de 299 PS e um binário máximo de 400 N-m, enquanto o motor HyperEngine V6s atinge uma potência máxima de 374 PS e um binário máximo de 500 N-m.

Quanto à questão da autonomia, a Xiaomi diz ter desenvolvido a Tecnologia de Bateria Integrada CTB, através da Tecnologia de Célula Invertida, de uma camada intermédia elástica multifuncional e de um sistema de cablagem minimalista. A tecnológica refere uma eficiência de integração da bateria de 77,8%, uma melhoria do desempenho global de 24,4% e uma redução da altura de 17 mm, com uma capacidade máxima da bateria de até 150 kWh e uma autonomia teórica de recarga CLTC superior a 1.200 km.

Para garantir um desempenho estável durante viagens de longo alcance, a Xiaomi também teve de dar extrema importância ao design. E neste caso, a empresa alega que a válvula de alívio de pressão virada para baixo liberta rapidamente a energia em situações extremas, maximizando a segurança da cabina dos passageiros. E há ainda um sistema de proteção física robusto de 14 camadas que inclui três camadas de suporte superior, três camadas de proteção lateral e oito camadas de proteção inferior.

Em termos de dissipação de calor, uma solução de arrefecimento a água de lado duplo implementa placas de dissipação de calor em ambos os lados longos das células da bateria, alcançando uma área de arrefecimento de 7,8m². Os lados das células da bateria apresentam 165 peças de material de isolamento de aerogel, capazes de resistir a temperaturas até 1000°C.

Condução autónoma e um interior inteligente

Xiaomi SU7

Em termos de condução autónoma, a Xiaomi alega ser pioneira em três tecnologias-chave: Adaptive BEV Technology, Road-Mapping Foundational Model e Super-Res Occupancy Network Technology.

A tecnologia BEV adaptativa invoca diferentes algoritmos de perceção com base no cenário. A grelha de perceção tem uma granularidade mínima de 5cm e máxima de 20cm, com um alcance de reconhecimento que se estende de 5cm a 250m. Esta tecnologia garante uma maior visibilidade em cenários urbanos, uma visão alargada em cenários de alta velocidade e uma maior precisão em cenários de estacionamento.

Já o Modelo Fundamental de Mapeamento de Estradas não só as reconhece em tempo real e muda de forma inteligente para uma trajetória de condução mais razoável, como também pode navegar suavemente em cruzamentos complexos sem depender de mapas de alta definição, graças à aprendizagem de cenários de cruzamento complexos e hábitos de condução experientes.

Em termos de reconhecimento de obstáculos, a tecnologia de rede de ocupação Super-Res da Xiaomi alcança categorias ilimitadas de reconhecimento de obstáculos irregulares, com o algoritmo vetorial inovador da Xiaomi a simular todos os objetos visíveis como superfícies curvas contínuas. Isto melhora a precisão do reconhecimento até 0,1 m. Além disso, a funcionalidade de redução de ruído de um clique desenvolvida pela Xiaomi elimina o impacto da chuva e da neve no reconhecimento, reduzindo significativamente a probabilidade de erros de identificação.

Para além do Modelo Fundamental de Mapeamento de Estradas, a Xiaomi também desenvolveu, de forma independente, o primeiro “End-to-End Sensing and Decision-Making AI Model” do mundo, pronto para produção para estacionamento automático. Este modelo permite a observação em tempo real e o ajuste dinâmico ao estacionar em cenários desafiantes, como parques de estacionamento que incluem elevadores.

No que respeita ao hardware, o sistema está equipado com configurações topo de gama, incluindo dois chips NVIDIA Orin de alto desempenho com uma capacidade de computação combinada de 508TOPS. O hardware de perceção inclui um LiDAR, 11 câmaras de alta definição, três radares de ondas milimétricas e 12 radares ultra-sónicos no modelo Xiaomi SU7 Max.

Quanto ao interior do carro, tudo será inteligente, sendo que teremos uma consola central 3K de 16,1 polegadas, um ecrã HUD de 56 polegadas, um painel de instrumentos rotativo de 7,1 polegadas e dois suportes de extensão do encosto do banco que permitem a montagem de dois dispositivos tablet. Está equipado com o chip Snapdragon 8295 para automóvel, com um poder de computação de IA de até 30 TOPS, permitindo uma experiência interativa definitiva com a ligação de cinco ecrãs diferentes.

A experiência interativa da Xiaomi Smart Cabin é semelhante à dos tablets, permitindo que os utilizadores se adaptem rapidamente sem a necessidade de uma curva de aprendizagem. O sistema funciona de forma excecionalmente suave, com o sistema operativo do veículo a arrancar num rápido 1,49 segundos depois de a porta ser destrancada. Além disso, quando o telefone é trazido para o habitáculo, a consola apresenta automaticamente um ícone, permitindo um acesso fácil à interface do telefone com um simples toque.

O sistema operativo para automóvel integra perfeitamente as principais aplicações, incluindo todo o ecossistema de aplicações para tablet Xiaomi, com adaptação gradual a mais de 5.000 aplicações. As aplicações para smartphones podem ser convenientemente fixadas na consola do automóvel, transformando-as instantaneamente em aplicações para o automóvel. Em termos de integração de hardware, o Xiaomi SU7 suporta mais de 1.000 dispositivos domésticos inteligentes Xiaomi para integração sem esforço com o veículo, permitindo a descoberta automática, acesso sem senha e a capacidade de configurar cenários de automação, criando um ecossistema CarIoT robusto. O interior do carro também tem ligações de expansão dedicadas, suportando a funcionalidade plug-and-play para uma vasta gama de dispositivos. Para satisfazer as necessidades dos utilizadores, o Xiaomi EV suporta totalmente o CarPlay, a montagem de iPads e acessórios para iPad e aplicações no suporte de extensão traseiro.

De resto, salientar alguns aspetos técnicos: o Xiaomi SU7 vai dos a aos 100 km/h em 5.28s, atinge uma velocidade máxima de 210 km/h e conta com uma autonomia de 668 km. Já a versão SU7 Max vai dos a aos 100 km/h em 2.78s, alcança uma velocidade máxima de 265 km/h e promete uns fenomenais 800 km de autonomia, o que nos parece demasiado bom para ser verdade. Mas acreditamos!

Durante a apresentação, Lei Jun, fundador, presidente e CEO da Xiaomi Corporation, partilhou o objetivo automóvel da Xiaomi: criar um carro de sonho para a nova Era da indústria automóvel – um veículo que seja estético, agradável de conduzir, confortável, inteligente e seguro. E há um plano claro: a Xiaomi pretende-se tornar-se num dos cinco principais fabricantes de automóveis a nível mundial dentro de 15-20 anos.

Quanto à disponibilidade do Xiaomi SU7, estima-se que fique disponível na China ainda durante 2024, com um lançamento internacional a ocorrer durante 2025. Os preços dos modelos não foram divulgados, mas tendo em conta as características, provavelmente não serão acessíveis.

Resta saber quando chegará a Portugal…

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