Algo que faz todo o sentido.
Estávamos em novembro de 2022. Na altura, o partido Livre tinha proposto um passe ferroviário nacional, tendo essa proposta sido apresentada no Parlamento. Mas o então ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, disse que tal não seria possível, referindo-se a uma “capacidade esgotada” para servir mais passageiros.
Porém, a verdade é que, nesse mesmo mês, algumas semanas depois, o Governo comprometeu-se a criar, até ao final de junho de 2023, um Passe Ferroviário Nacional para os comboios regionais, no valor de 49€/mês. Mas logo veio a má notícia no meio de tudo isto: o passe somente seria válido para os comboios regionais.
Com um ligeiro atraso, uma vez que o passe somente ficou disponível para utilização no passado mês de agosto, desde logo surgiram críticas por parte de especialistas, dado que este Passe Ferroviário Nacional somente abrange pouco mais de 7% dos passageiros transportados pela CP. Mas há boas novidades para breve.
Novamente graças ao Livre, teremos, em 2024, um Passe Ferroviário Nacional muito mais interessante, uma vez que passará a incluir as viagens nos comboios urbanos, inter-regionais e intercidades. Trata-se de uma proposta do Livre ao Orçamento do Estado para 2024, aprovado durante as votações na especialidade.
O preço será o mesmo (49€/mês) e, para quem trabalha em modelo híbrido, ou procura um novo emprego com esse tipo de funcionamento, este alargamento do passe poderá fazer com que muita gente equacione outras oportunidades.
Por exemplo, o alargamento do passe ferroviário aos comboios urbanos e inter-cidades abrange os trajetos Viana do Castelo – Barcelos – Famalicão – Braga; Famalicão – Trofa – Santo Tirso – Guimarães; Coimbra – Figueira da Foz; Castelo Branco – Fundão – Covilhã – Guarda; Beja – Casa Branca – Évora; e Tunes – Loulé – Faro.
Mas o Livre não quer que as coisas fiquem por aqui, pois já pensa em algo mais ambicioso. “Durante o ano de 2024, o Governo, juntamente com a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes, o Instituto da Mobilidade e dos Transportes, as diversas Autoridades de Transportes, as Áreas Metropolitanas e as Comunidades Intermunicipais, estuda os moldes para a criação do Passe de Mobilidade Nacional que dê acesso ao transporte urbano, suburbano, regional, de médio curso e flexível nos modos rodoviário, ferroviário, fluvial e de mobilidade suave através do alargamento dos Programas ‘Incentiva +TP’ e da Plataforma 1Bilhete.pt”, pode ler-se na proposta do Livre.
Ou seja, o partido pretende que seja criado um passe nacional que possa ser utilizado não só em comboios, como também no metro, nos navios e, claro, em autocarros.