Fizemos a Rota Turística e Gastronómica dos Queijos do Centro do País e conhecemos os melhores queijos da região

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Acompanhem-nos no primeiro de três “diários de bordo”, em que andámos pela Região DOP Serra da Estrela.

Portugal sempre foi conhecido pela gastronomia. É uma das muitas razões que trazem, anualmente, milhares de turistas ao nosso país, aqui guardado junto ao mar. Mas Portugal não é só mar. É montanha, é campo, é interior.

Com essa ideia foi criada a Rota Turística e Gastronómica dos Queijos do Centro do País, “uma oferta turística sustentável e identitária que tem como produto âncora o Queijo Serra da Estrela DOP, Queijos da Beira Baixa DOP e Queijo Rabaçal DOP“.

Fomos desafiados a percorrer alguns pontos da Rota do Queijo, e aceitámos prontamente o desafio. Queijo, paisagens deslumbrantes e aldeias do interior de Portugal? Três de muitos fatores que fazem desta Rota um excelente motivo para conhecer um Portugal para além das praias.

Acompanhem-me, hoje e nos próximos dias, naquele a que podemos chamar o meu diário de bordo nesta aventura pelas regiões da Serra da Estrela, Beira Baixa e Rabaçal. Comecemos pelo primeiro de três dias de um excelente passeio com aroma a queijo nacional.

Rota Turística e Gastronómica dos Queijos da Região Centro – Dia 1, Região DOP Serra da Estrela

Queijaria Quinta da Estaca

O primeiro dia desta viagem pelo centro do país começou cedo, em Vilar Seco, no município de Nelas. O destino foi a Queijaria Quinta da Estaca, onde fomos recebidos pelo dono, Aurélio Pinto, e pela companheira, Leandra Ricardo. Juntos decidiram dar uma nova vida à Quinta da Estaca, onde a tradição provém já desde os anos 80, altura em que começou pelas mãos do pai de Aurélio.

Não nos foi possível pôr as mãos na massa, neste caso, no queijo, mas prontamente Aurélio nos explicou que a produção de queijo é sazonal; apenas em meados de outubro é que a matéria-prima do queijo, o leite, está disponível. Por isso fomos ver as rainhas da quinta: as ovelhas e os seus borreguinhos. Aurélio levou-nos até ao seu terreno, com cerca de 30 hectares, onde pudemos ver os fofos animais no seu habitat natural.

Claro que tivemos de provar os queijos feitos na Quinta da Estaca. O notável Queijo da Serra da Estrela é a joia da coroa de Aurélio e Leandra, nas suas mais variadas formas. A produção é feita com leite cru de ovelha da raça Bordaleira Serra da Estrela, sal e flor de cardo. Daí resultam o Queijo Serra da Estrela DOP, com cura de cerca de 45 dias; o Queijo Serra da Estrela Velho, no qual a cura prolonga-se para lá de seis meses, fazendo-o ganhar um sabor intenso e picante; o Queijo de Ovelha Curado Seleção do Pastor, semelhante ao Velho; e o requeijão.

A queijaria está aberta a visitas, e o turismo envolve a quinta, a queijaria e a degustação de queijos. Há muitas e variadas atividades para todas as idades: há workshops que colocam os visitantes no papel de queijeiros, podem assistir à ordenha, visitar a quinta, e o pónei Meia Dose promete tomar bem conta e alegrar a criançada.

Para mais informações ou para contactar, podem visitar o website da Quinta da Estaca.

Restaurante Cova da Loba

O almoço foi a mais de 800 metros de altitude, mesmo junto ao Castelo de Linhares da Beira. Fomos muito bem recebidos por Paulo Mimoso, no Restaurante Cova da Loba.

O menu é adaptado à rota, de forma a dar a conhecer ainda mais o Queijo Serra da Estrela aos visitantes. Começou de imediato com as entradas, que já nos esperavam em cima da mesa: duas tábuas de queijos, com diferentes maturações, acompanhados por figos e pão.

O prato principal surpreendeu, utilizando o Queijo Serra da Estrela como molho numa combinação incrível de sabores: Lombinho de novilho grelhado, batata, vegetais e Queijo Serra da Estrela. Para sobremesa estavam guardados Folhados de queijo com amêndoa, mais uma maneira de demonstrar a versatilidade do Queijo Serra da Estrela.

Burel Factory

Após o almoço, seguimos viagem para Manteigas, onde passámos o resto do dia e a noite.

Durante a tarde visitámos a fábrica Burel Factory, uma das duas fábricas de lanifícios que sobreviveram em Manteigas, de 11 que já existiram. A responsável pelo espaço é Isabel Costa, e a fábrica, resgatada da insolvência em 2011, tornou-se um espaço “onde a História, o Design e a Inovação se conjugam para se tornar num só“.

Para quem não conhece o material ali feito, o burel é um tecido que resulta do processamento da lã da ovelha Bordaleira, tosquiada uma vez ao ano, no início do verão. E o burel produzido na Burel Factory já utilizado, atualmente, não só em vestuário como para muitos outros fins, incluindo isolamento acústico e design. Todos os produtos da Burel Factory são feitos à mão, garantindo um encanto e valor únicos.

A fábrica está aberta a visitas de segunda a sexta duas vezes por dia (11 horas e 16 horas), e aos sábados às 11 horas. Tem, ainda, uma loja onde pode adquirir o que acabou de ver ser produzido. Funciona de segunda a sexta entre as 10 horas e as 17 horas, e ao sábado das 10 horas às 13 horas.

Restaurante São Lourenço

O jantar decorreu no Restaurante São Lourenço, do hotel Casa de São Lourenço, pertencente ao mesmo grupo da Burel Factory. A Casa de São Lourenço é “um hotel sustentável de 5 estrelas que valoriza o património da Serra da Estrela“, fica no coração da Serra da Estrela, e tem uma incrível vista para a vila de Manteigas, mais concretamente para o Vale Glaciar do Zêzere.

Em cima da mesa, numa sala com uma das melhores vistas que já pude presenciar, encontrámos pratos com entradas como azeitonas, manteiga de ervas ou azeite, e o pão caseiro a acompanhar.

Apesar da carta diversificada que apresenta, uma vez mais fomos presenteados com um menu adaptado à Rota do Queijo, pelas mãos do jovem, mas já muito experiente, Chef Manuel Figueira.

Na entrada da noite reinava o queijo: um Estaladiço de Figo com Queijo Serra da Estrela DOP, Nozes e Mel Regional. Seguiu-se o prato principal com um toque típico da região: Feijoca de Manteigas com Bacalhau de Cura Tradicional, Ervas Frescas e Arroz Frito com Piso de Coentros. Para terminar, saboreámos uma Tarte de Pêssego Caramelizada com Mousse de Lima como sobremesa.

O restaurante está aberto ao público, sendo aconselhada a visita durante o jantar, e com reserva.

Hotel da Fábrica

A estada foi no Hotel da Fábrica, também em Manteigas. O nome é facilmente explicado: este hotel recupera a antiga fábrica da Ecolã, deslocada para outra localização, e acomoda os turistas em 16 quartos, que se dividem entre duplos e twins, e duas suítes – Suíte Mattos Cunha e Suíte Ecolã, ambas com 50m2. Todos os quartos localizam-se no piso superior do edifício, que embora com algumas alterações, se mantem o mesmo.

O Hotel da Fábrica, que abriu em dezembro de 2018, tem vista para o Vale Glaciar, e fica a cerca de 20 minutos a pé do centro da vila. Tem piscina interior aquecida, sauna, e incluída no preço dos quartos está, ainda, uma visita à atual fábrica da Ecolã. Por agora não tem restaurante, situação que estará resolvida em breve, após passar por algumas obras para a construção do mesmo.

Um pouco por todo o edifício é possível admirar peças e máquinas recuperadas da antiga fábrica, e uma decoração e detalhes que homenageiam o burel e a indústria dos lanifícios, tão característica da vila.

E foi no Hotel da Fábrica que terminou o primeiro dia. Resta uma boa noite de sono que em breve recomeça a saborosa aventura pelo centro do país.

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