Já se passaram dois meses desde o arranque do serviço, mas as falhas continuam.
A Câmara Municipal de Setúbal e as juntas de freguesia do concelho têm acompanhado com enorme preocupação a evolução da prestação de serviços pela Carris Metropolitana no território do concelho desde 1 de junho, data em que se iniciou a operação do novo operador de transportes públicos nos concelhos de Setúbal, Palmela, Moita e Alcochete.
O arranque do serviço ficou marcado por falhas e deficiências, ainda não totalmente resolvidas, que põem em causa, de forma inaceitável, dizem as autarquias, a vida de todos os utentes desta rede de transportes.
As falhas mais graves continuam a ser a supressão de horários, os constantes e significativos atrasos no funcionamento de várias linhas e a falta de informação sobre horários aos utentes, que urge resolver para efetiva normalização da prestação deste serviço.
As autarquias do concelho de Setúbal entendem que é seu dever, passados dois meses do início da operação e sem que tenham sido encontradas soluções para as falhas e deficiências na prestação do serviço, manifestar veemente protesto pelas dificuldades que a Carris Metropolitana tem causado a todos os que dependem destes transportes públicos para se deslocarem.
A Câmara Municipal de Setúbal, as juntas de freguesia do Sado, de Gâmbia-Pontes-Alto da Guerra, de Azeitão e de São Sebastião e a União das Freguesias de Setúbal apelam a que o serviço da Carris Metropolitana no concelho seja rapidamente normalizado e instam a operadora, a empresa Alsa-Todi, a prestar, urgentemente, todos os esclarecimentos necessários e exigíveis sobre as razões que motivam as dificuldades registadas nestes dois meses de serviço da Carris Metropolitana no concelho.
Importa, neste contexto, dizem as autarquias, realçar a importância desta opção de gestão pública em matéria de transportes coletivos na Área Metropolitana de Lisboa. Foi esta a via que permitiu reduzir significativamente o preço dos transportes com a criação do Passe Navegante, que permite utilizar todos os transportes que prestam serviço público.
A Câmara Municipal de Setúbal – cuja responsabilidade nesta matéria é, conjuntamente com as restantes autarquias da Área Metropolitana de Lisboa, o financiamento do sistema e a definição das redes de transportes no território destes 18 municípios – e as juntas de freguesia do concelho exigem um serviço público de transportes com a qualidade que é devida, reafirmam o seu profundo descontentamento com a falta de qualidade dos serviços até agora prestados e manifestam total disponibilidade para continuar a apoiar a Carris Metropolitana na procura de soluções.
Recorde-se que, recentemente, a Alsa Todi disse que estava a ser possível “prestar um serviço de excelência”, algo que os utentes desmentem.