Esta é uma banda especial.
Os God Is An Astronaut regressaram na passada sexta-feira, 13 de maio, ao Porto, com uma atuação na sala 2 da Casa da Música, concerto esse que já vinha a ser adiado desde outubro de 2020. O quarteto irlandês tem habituado o seu público em Portugal com passagens obrigatórias ao longo da sua longa carreira e, por isso, foi sem surpresa que tivemos casa cheia com diversos motivos para celebrar.
Os irlandeses assinalaram, em 2022, o seu 20º aniversário e, para além da apresentação do seu mais recente álbum Ghost Tapes #10, editado em 2021, foi ainda revisitado o seu segundo longa-duração All Is Violent, All Is Bright, lançado em 2005, e com apresentação em Portugal em 2006 durante a sua primeira digressão por cá, na altura acompanhados pelos Linda Martini.
O início do evento estava marcado para as 23h e foi com pontualidade nórdica que os suecos Oh Hiroshima, banda de suporte, subiram ao palco, num início com imenso fumo e uma iluminação um pouco ténue nas costas dos músicos. Foi uma atuação bastante sólida da banda do pós-rock fundada pelos irmãos Jakob Hemström e Oskar Nilsson e que deu o mote de entrada perfeito para os God Is An Astronaut, deixando o público ainda mais entusiasmado para receber os irlandeses.
Foi com o tema “Adrift”, primeiro do 10º álbum de estúdio Ghost Tapes #10, que se deu início a mais uma viagem pelo mundo da instrumentação rock, com uma sonoridade emocional, experimentando as sensações dos riffs poderosos das guitarras e dos graves do baixo dos irmãos Torsten e Niels Kinsella, contrastando com uma breve tranquilidade proporcionada pelas teclas de Jamie Dean, o elemento com uma dinâmica em palco estonteante, e que ia alternando, entre a guitarra, baixo ou o teclado, muitas vezes na mesma música.
Aos poucos, os fãs foram entrando cada vez mais no universo dos irlandeses que iam deixando tudo em palco, e um dos momentos da noite chegou com o tema “All Is Violent, All Is Bright”, do álbum homónimo. Esta é uma música que nos atira facilmente para outra dimensão.
Para além do foco nos álbuns Ghost Tapes #10 e All Is Violent, All Is Bright, houve ainda espaço para recuar a Epitaph, editado em 2018, e também para regressar ao início desta aventura, 20 anos atrás, com o primeiro álbum The End Of The Beginning.
Esta é uma banda especial, não só pelo enorme contributo que teem vindo a dar à cultura do post-rock produzido na Europa, mas também pelo carisma e pela boa energia que transmitem em todos os seus concertos. E que venham mais 20 anos!