Videojogos: Boas Leituras – Nintendo 3DS, uma consola que já deixa saudades

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Recordo uma consola que encerrou as portas da sua loja digital.

O Videojogos: Boas Leituras é um espaço de opinião da autoria do convidado Filipe Urriça, onde partilha a sua visão sobre videojogos, sobre a indústria e onde recomenda o melhor que se produz e escreve em Portugal. Podem segui-lo no Twitter e subscrever a sua newsletter, aqui.

As minhas consolas favoritas são as portáteis. A minha melhor consola deste tipo foi a Nintendo 3DS, que tem um catálogo fabuloso; já a minha pior foi a Sega Game Gear, que consumia sofregamente as minhas pilhas que lá inseria. Podia ter escolhido a Nintendo Switch, não o fiz pelo simples facto dos jogos que são produzidos para esta máquina híbrida são desenhados como se esta fosse uma mera consola doméstica – não o é, há uma vasta maioria de pessoas que a joga no modo portátil, caso contrário a Nintendo Switch Lite nunca existiria. Os produtores já não aplicam uma lógica única por consola, aproveitando o que oferece – quanto melhor conseguirem unificar e manter igual uma experiência por vários dispositivos, melhor para eles (o que é financeiramente compreensível). É por isso que gosto tanto da 3DS, há jogos que não se jogam em mais lado nenhum, não pela exclusividade, mas pela sua user interface única; e claro adoro o facto de ser compatível com a excelente ludoteca da DS – uma consola igualmente fantástica.

A casa de Quioto, infelizmente, teve de encerrar as lojas digitais da Wii U e da 3DS, a Nintendo eShop – o preço da manutenção dos servidores tinha um custo cada vez maior. Portanto, fui à Worten comprar um cartão de memória com uma capacidade muito maior que o meu antigo de 16 GB. Assim, voltei a descarregar jogos que não acabei, outros que quero voltar a terminar e mais básicos, mas que fazem parte dos pilares da experiência da 3DS, para poder a consola pronta para as minhas filhas (quando tiverem idade suficiente) poderem entrar pela porta grande no mundo da Nintendo.

Adoro a minha Nintendo 3DS, apesar de estar a precisar de uma borracha para o botão deslizante (ainda tenho de ver onde posso comprar um, não acho que seja isso que me vá ficar caro), até gosto bastante do efeito 3D que muitos jogadores ignoram ou desligam simplesmente. O efeito 3D não é uma necessidade, mas é uma comodidade em alguns jogos dado que permite ver a profundidade de um cenário vertical, por exemplo. Há alguns níveis de Super Mario 3D Land que usam bem a tridimensionalidade visual estereoscópica nos diversos cenários. Ou então, o efeito 3D era usado para dar um estilo muito próprio à user interface dos jogos, nomeadamente os visual novel e os RPG. Foi pena a Level-5 não ter lançado mais jogos do Professor Layton (ou pelo menos na mesma quantidade que na DS) ou a Capcom não ter investido mais em jogos de Phoenix Wright. Felizmente, tivemos um cruzamento entre estas duas séries.

Jogar numa portátil é poder jogar sem o compromisso de estarmos horas a fio numa obra que requer ser jogada em sessões grandes para ser devidamente apreciada. Gosto desta pequena liberdade de não estar ligado a um só jogo que, quando regresso, me obriga o quê que estava a fazer da última vez que joguei, algo que pode ter sido há dias ou semanas – depende muito de jogo para jogo e senão houver títulos que se meteram pelo meio para escrever uma opinião sobre os mesmos.

O abrir e fechar da Nintendo 3DS é uma operação que tem os seus sons associados, dois cliques na abertura e uma leve pancada em seco no seu fecho; sempre foram barulhos que me dão uma certa satisfação, obviamente que prefiro ouvir o clique seguido do som de abertura quando a consola é ligada. Tenho quase uma reação pavloviana sempre que realizo o processo de abertura e ouço o duplo clique do ecrã superior; fico automaticamente predisposto a sentir-me bem, mesmo que haja alguma frustração relativamente à minha falta de habilidade em passar um determinado nível.

É isto, uma semi-eulogia à consola portátil que me trouxe os melhores momentos de diversão e de escrita sobre videojogos – até porque fui o membro da equipa do VideoGamer Portugal que maior cobertura fez à 3DS. Uma consola portátil concebida pela casa de Quioto é sempre garantida felicidade onde quer que se vá. Como não quero que essa felicidade desapareça com o simples encerramento de uma loja digital, fui, felizmente, a tempo de descarregar os jogos que me trouxeram estes momentos e assim poder transmiti-los à descendência.

the legend of zelda a link between worlds
The Legend of Zelda – A Link Between Worlds

Leituras

Esta semana escreveu-se muito e bem sobre variadíssimos jogos que coincidiu, curiosamente, com os lançamentos dos pesos-pesados: o adiado remake de Advance Wars, o DLC de Horizon Forbidden West, Dead Island 2 e Minecraft Legends. Qualquer que seja a plataforma onde jogam, saiu um jogo com uma boa cobertura mediática. Agora se é bom ou não, cabe-vos a vocês tomar essa decisão, para a facilitar deixo-vos estes excelentes textos.

A história minimalista e reduzida a “os Piglins estão aqui para dominar o mundo e temos que os travar” não foi, para mim, um incentivo suficiente para entrar no loop dos seus objetivos, e é pena, porque apesar de tudo, a jogabilidade até é um pouco viciante e brainless. – David Fialho sobre Minecraft Legends, Echo Boomer

Diria que este híbrido de ação e estratégia tinha tudo para resultar numa triunfante experiência, mas a falta de profundidade capaz de transmitir uma boa sensação de mérito ao completar tarefas ou a fraqueza do elemento ação, resultam numa experiência demasiado simples nas duas metades deste híbrido. – Bruno Galvão sobre Minecraft Legends, Eurogamer Portugal

Apesar de uma ótima premissa que dá um muito maior foco às personagens – em vez de eventos do mundo que poderiam criar implicações para o futuro da saga -, senti no fim desta aventura que Burning Shores foi um nadinha superficial em quase tudo o que queria verdadeiramente fazer, avançando demasiado rápido com alguns desenvolvimentos das personagens, quase sem espaço suficiente para criar uma ressonância emocional mais forte com o jogador. – David Fialho sobre Horizon Forbidden West: Burning Shores, Echo Boomer

Para o melhor e para o pior, Dead Island 2 segue de perto algumas das tendências dos videojogos da passada década, mas a verdade é que nem por isso deixa de ser um jogo extremamente divertido – esta é aliás, uma das suas maiores qualidades, por muito simplista e redutor que isto possa soar, Dead Island 2 é genuinamente divertido, sem nunca se levar demasiado a sério e sem abusar sem abusar das nossas boas-vindas. – Pedro Pestana sobre Dead Island 2, IGN Portugal

Esta colecção pegou nos três primeiros títulos da série e colocou-os numa bandeja acessível para finalmente conhecer os primos de Final Fantasy e isto não foi uma piada fácil, uma vez que o primeiro jogo chama-se Final Fantasy Adventure e combina o melhor das minhas séries favoritas – a jogabilidade de The Legend of Zelda e a costela de Final Fantasy, com moogles e chocobos e outras piscadelas familiares. – “Mana, O Que Estás a Fazer?” por André Pereira, Glitch Effect

As possibilidades são grandes, com muitos mapas a criarem novas situações, algumas bem complicadas de gerir e vencer, ao ponto de uma movimentação em falso de uma unidade fazer ruir as vossas esperanças de sucesso. – Vítor Alexandre sobre Advance Wars 1+2 Re-Boot Camp, Eurogamer Portugal

Escreveu-se igualmente muito sobre jogos independentes, onde se constata que não faltam bons e interessantes jogos para além dos banais triple A que enchem as páginas dos sites mais conhecidos. Pessoalmente, fiquei com uma enorme curiosidade em experimentar Terra Nil, DREDGE e The Mageseeker.

É que mais do que construir e optimizar, o que Terra Nil nos obriga é a criar uma estratégia, ou aliás, a resolver o puzzle, de atingirmos uma determinada pontuação através da construção e reciclagem processual de elementos que permitam ao planeta ser verdejante sem qualquer indício da nossa presença. – Ricardo Correia sobre Terra Nil, Rubber Chicken

O loop mecânico de DREDGE é perfeitamente fácil de identificar, e a forma como nos enreda nessa mesma espiral é aquilo que torna este jogo quase impossível de parar de jogar. – Ricardo Correia sobre DREDGE, Rubber Chicken

The Mageseeker: A League of Legends Story surge agora com a missão de nos contar mais factos sobre a lore, no entanto, conseguiu muito bem concluir a missão secundária: suscitar o interesse de alguém que não é fã de jogos 2D pixelizados: eu. – Sara Rechena sobre The Mageseeker: A League of Legends Story, IGN Portugal

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