Videojogos: Boas Leituras – Hype ou o entusiasmo descontrolado

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Jogadores entusiasmados é um pau de dois bicos.

O Videojogos: Boas Leituras é um espaço de opinião da autoria do convidado Filipe Urriça, onde partilha a sua visão sobre videojogos, sobre a indústria e onde recomenda o melhor que se produz e escreve em Portugal. Podem segui-lo no Twitter e subscrever a sua newsletter, aqui.

O entusiasmo criado por quem faz jogos (mais conhecido por hype) é uma faca de dois “legumes” – como diria o grande treinador Jaime Pacheco. Por um lado, as produtoras necessitam que os jogadores fiquem empolgados com um jogo para receberem fundos dos investidores que vêm que existe interesse num determinado produto. Por outro lado, quando alguém, entusiasta ou não em videojogos, descobre segredos quando tem acesso a informação confidencial, de forma legítima ou não, há um certo nervosismo que se gera pela obrigação de manter detalhes fechados a sete chaves. E, conforme a natureza da própria informação que alguém queira partilhar, esta pode ser moralmente aceitável de se divulgar, apesar das consequências legais severas que podem ocorrer – pensem numa das várias notícias escritas por Jason Schreier na sua época que passou no Kotaku. As informações que o jornalista, que está atualmente na Bloomberg, são da maior importância para apontar o dedo à más práticas cometidas pelas enormes empresas que não respeitavam minimamente os seus colaboradores. Porém, não é este tipo de fugas de informação que quero abordar hoje.

Numa conversa que tive durante esta semana, abordaram um assunto muito pertinente. Vêm aí um grande Zelda, provavelmente o maior “Triple A” depois de Star Wars Jedi: Survivor. The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom já foi disponibilizado a alguns críticos para que possam dar as suas primeiras opiniões, com as limitações que um típico NDA da casa de Quioto costuma ter. Contudo, alguns criadores de conteúdo audiovisual, infelizmente, com ou sem intenção, já divulgaram bastante do jogo, tanto que já entra nos terrenos pantanosos dos spoilers (informação que, quando conhecida previamente à experiência, estraga as surpresas que poderíamos vir a ter). Por isso, pergunto a mim mesmo: onde é que se traça a linha que separa o que é aceitável mostrar-se de um jogo prestes a ser lançado, daquilo que é altamente repreensível?

Podiam-se evitar estes constrangimentos de uma forma tão fácil, mas é claro daria muito mais trabalho a quem escreve. Bastaria que passassem a escrito ou um texto falado, para vídeo ou podcast, aquilo que sentem, falassem das filosofias hipotéticas que poderiam estar representadas no produto final, no cômputo geral da experiência. Na grande maioria dos casos de análises, ou de artigos de antevisão, que leio pela Internet fora, são listas descritivas daquilo que está ou não dentro do jogo. Claro que deve-se dizer o que está no jogo, mas pode-se ir muito mais além da fórmula tradicional de um texto sobre videojogos e utilizar perspetivas diferentes dizendo o que se sente e interpretar a mensagem que o jogo quer passar.


Leituras

Uma seleção cuidada de textos como é apanágio desta newsletter, das várias publicações onde se escreve sobre este meio do entretenimento. Felizmente, consegui reunir boas contribuições de vários temas e jogos. Obrigado a quem escreve, sinto que há cada vez melhores textos em Portugal, muito mais interessantes de se ler sem caírem nos mesmos vícios editoriais.

Existe algo nos diálogos de P3 que complementam toda a vertente irónica da temática de Atomic Heart, mas que na realidade sempre me custaram a digerir. Todo este sentimento de grandiosidade e exagero são acompanhados por falas do protagonista que inicialmente parecem hilariantes, mas que com o passar do tempo tornam-se algo irritantes. – Luís Lemos sobre Atomic Heart, PróximoNível

Em Horizon Forbidden West: Burning Shores temos ainda uma maior verticalidade de gameplay, com a possibilidade de agora mergulharem e navegarem de baixo de água livremente com um dos vossos monstros mecânicos. É fantástica a experiência de estarem a voar e segundos depois mergulharem e estarem de baixo de água a explorar tudo de uma forma fluida. – Helder Archer sobre Horizon Forbidden West: Burning Shores, OtakuPT

Teslagrad 2 desafia constantemente a tua capacidade de aplicar lógica às habilidades e no momento de descortinar por onde ir, o ritmo ou timing para executar as ações sem morrer é implacável, mas quando consegues surge a tão fundamental sensação de triunfo. – Bruno Galvão sobre Teslagrad 2, Eurogamer Portugal

Posso resumir o gameplay loop do Dead Island 2 muito facilmente: andam à paulada a Zombies até os Zombies morrerem. Pode parecer que estou a fazer um desserviço ao jogo, mas a verdade é que após passar a novidade inicial de lutarem contra mortos-vivos com espadas ou martelos, a monotonia começa a assentar. – Miguel Teixeira sobre Dead Island 2, Fun Factor

A jogabilidade é ágil, expedita e rápida, permitindo uma dedicação suave e intrinsecamente enérgica, com alguns mapas a oferecerem uma maior dose de resistência e esforço para os ultrapassar. Se tiver de falar da minha experiência pessoal e directa com este Advance Wars 1+2: Re-Boot Camp, posso dizer que viveu entre várias tonalidades e o facto de ter saído derrotado na primeira missão foi o tónico-chave para me entregar mais convictamente a esta aventura bélica. – Francisco Isaac sobre Advance Wars 1+2: Re-Boot Camp, Glitch Effect

GrimGrimoire OnceMore é outro tipo de besta que me deixou KO nos momentos iniciais, com uma abertura de coçar a cabeça e um tutorial de bradar aos céus de tão moroso e assoberbante. – André Pereira sobre GrimGrimoire Once More, Echo Boomer

Tudo de bom no MLB The Show ainda está aqui, desde as dezenas de formas diferentes de bater e lançar, permitindo a todos jogar o jogo de acordo com a sua zona de conforto. Entretanto, o mau também persiste. Continuo a achar um pouco mais difícil medir corretamente o movimento de um campo quando comparado com algo como o Super Mega Baseball, por exemplo. – André Silva sobre MLB The Show 23, Portugal Gamers

Mas a verdade, e não me canso de escrever isto, é que nunca fiquei chateado com o jogo, foi sempre comigo… fui sempre eu que fiz alguma coisa mal porque a bola neste EA SPORTS PGA TOUR responde ao mais pequeno dos inputs. – André Oliveira Santos sobre EA SPORTS PGA TOUR, Future Behind

No entanto, contra todas as expectativas, Dead Island 2 é um sucesso na medida em que todas as suas apostas resultam num jogo extremamente divertido, estiloso, satisfatório e francamente hilariante. – Henrique Adão sobre Dead Island 2, Meus Jogos

Havendock é surpreendentemente coeso e profundo, mecanicamente um dos melhores jogos que joguei do género nos últimos tempos, cruzando na perfeição os elementos de colony sim e de survival. Mas para o encontrarmos precisamos mesmo, mesmo de passar a barreira do impacto visual do jogo, sobretudo de todo o UI. – Ricardo Correia sobre Havendock, Rubber Chicken

Uma coisa é certa: 150 GB têm de ser bem justificados. Nesse sentido, Survivor encontrou o equilíbrio (quase) perfeito entre a narrativa e a jogabilidade. Por muito que Fallen Order seja um título de sucesso e bem estabelecido no mercado, serviu apenas como ponto de partida para algo que já estava na mira da Respawn há algum tempo. – Sara Rechena sobre Star Wars Jedi: Survivor, IGN Portugal

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