Videojogos: Boas Leituras – A cobertura indie

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Um breve olhar à cobertura de jogos independentes feita em português.

O Videojogos: Boas Leituras é um espaço de opinião da autoria do convidado Filipe Urriça, onde partilha a sua visão sobre videojogos, sobre a indústria e onde recomenda o melhor que se produz e escreve em Portugal. Podem segui-lo no Twitter e subscrever a sua newsletter, aqui.

Na edição anterior, disse algo que me arrependo de ter afirmado. Disse o seguinte: “Felizmente, o Rubber Chicken e o Meus Jogos continuam a trabalhar no sentido de divulgar a cena indie”. Quem quisesse podia interpretar esta frase e ficar com a ideia de que estaria a afirmar que só estes dois sites é que fazem a cobertura de jogos independentes, não estando completamente afastado da realidade, esqueci-me de mencionar dois outros meios que também fazem um labor louvável na crítica e na elaboração de textos opinativos de jogos que não foram financiados com centenas de milhões de euros. Faltou enunciar o Echo Boomer (onde partilho esta newsletter) e o Glitch Effect (site onde, curiosamente, também estão alguns colaboradores do Echo Boomer).

Portanto, agora posso afirmá-lo sem receio nenhum. O Rubber Chicken, o Meus jogos, o Glitch Effect e o Echo Boomer são as publicações que colocam o mesmo esforço na cobertura de produções independentes tal como o fazem com um Call of Duty ou um FIFA. É óbvio que há muitos outros bons sites que fazem uma cobertura notável a obras de origens mais humildes e que ficam enterradas nas profundezas das lojas digitais, leiam o Fun Factor ou o Portugal Gamers vão encontrar lá bons textos. Sei que posso estar a ser maçador e que pareço um ativista da cena indie, ou até uma testemunha de Jeová (a quem queremos fechar imediatamente a porta) que está a divulgar as maravilhas que os jogos independentes trazem ao mercado dos videojogos, mas continuo a evangelizar com esta minha narrativa porque sei que se derem a oportunidade a um jogo que nunca experimentaram vão apaixonar-se por obras feitas com amor e carinho, não com a frieza empresarial de uma Rockstar Games ou de uma EA. Embora, não esconda o meu profundo interesse nas obras da Blizzard, Diablo IV tem um aspeto fenomenal.

Acho que é muito provável que se estão a ler esta newsletter gostam, como eu, de jogos que provenham de autores que procuram algo mais apurado e menos estéril. Quando abri os olhos para a cena indie, através do Xbox Live Arcade, por volta de 2009 ou 2010 (estava a dar os meus primeiros passos na escrita sobre videojogos no Xbox Team Portugal), fiquei fascinado com as obras que uma ou duas pessoas conseguiam fazer em casa, enquanto acumulavam dívidas para a produção da sua criação de entretenimento digital.


Leituras

Nestes últimos dias, todos os meios, com algumas exceções, jogaram e escreveram sobre o grande colosso dos RPG de ação, Diablo IV. Foi só uma beta, mas dada a importância mediática, e até histórica da Blizzard, da obra é normal que o foco das publicações nacionais se tenha virado para esse lado. Por um lado é bom, porque temos opiniões de quem já é veterano na série e de quem saltitou entre as várias entregas.

Com esta pequena história não quero dizer que ao jogar este beta recuperei o mesmo sentimento de admiração e imersão de estar naquele mundo virtual porque é uma experiência única quando era puto e simplesmente existir nesse mundo era incrível por si mesmo, fosse um bom ou mau jogo. César Rodrigues, Fun Factor

(…) a jogabilidade e o seu combate são um vício tremendo, que põem à prova os nossos reflexos e, aqui, é onde senti as influências de Sekiro.Nuno Mendes sobre Wo Long: Fallen Dynasty, Meus Jogos

Ir de cabeça contra os inimigos a toda a hora não é uma opção, sendo que precisaremos de tirar partido de habilidades um pouco mais evasivas em classes como Rogue e que nos dão rapidamente um pouco mais de espaço para analisar as situações em questão. – Luís Lemos sobre a beta de Diablo IV, PróximoNível

(…) a abordagem a vários temas faz deste Tales Of um dos pilares de destaque na série, mas a jóia da coroa são as personagens principais, cada uma repleta de personalidade, experiências e vivências, assim como a motivação individual para cada um persistir na demanda.Ulisses Domingues sobre Tales of Symphonia Remastered, Squared Potato

O combate é mesmo divertido e quando fez clique, gostei bastante! É souls, mas pega na velocidade e na destreza do Sekiro para ensinar truques novos a este cão velho, como a mecânica para deflectir golpes. André Pereira sobre Wo Long: Fallen Dynasty, Glitch Effect

Há vida sem ser em excesso, com a equipa de criativos de Diablo IV a dar liberdade ao jogador para se entranhar neste universo e sem ser constantemente agredido por pedidos de NPC ou de missões excessivas que vão ganhando peso no backlog, oferecendo um sabor nostálgico que pode ficar não muito longe da experiência apresentada em Diablo II.Francisco Isaac sobre a beta de Diablo IV, Glitch Effect

Quem conhece a série, sabe que isto é apenas a ponta do iceberg, pois cada grande acontecimento abre portas para novos diálogos com NPC’s e mais missões secretas. É bom ver que a adaptação da localização foi bem aproveitada com base nas traduções originais do Geofront e adaptadas para estar mais próximos dos elementos oficiais. – Daniel Silvestre sobre The Legend of Heroes: Trails to Azure, PróximoNível

Na cena indie foram destacados alguns interessantes jogos, como Tchia, Batora: Lost Haven e Rogue Spirit. É ler estes bons textos, espreitar no Steam (ou na vossa loja digital de eleição) a proposta que entregam e, caso sejam do vosso gosto, comprá-los para um bom fim de semana com experiências diferentes – há mais vida para além de Diablo.

O que não faltam são opções, com o jogo a atirar-nos um número significativo de inimigos em combate – ao ponto dos confrontos ficarem aborrecidos e previsíveis em pouco tempo –, mas é muito fácil cometer um erro e chegar a um boss com uma personagem que não tem qualquer tipo de hipótese – tal como me aconteceu. João Canelo sobre Rogue Spirit, Echo Boomer

É claro que este enredo que parece retirado de um livro de desenhar-com-números é apenas a justificação narrativa para a grande aposta de Batora: Lost Haven – as mecânicas de combate subjacentes a este jogo de acção. – Ricardo Correia sobre Batora: Lost Haven, Rubber Chicken

A aposta num sistema de magia, ao ponto dos ataques físicos serem quase descartáveis – fora a sua utilização na forma como recuperamos MP -, foi o que me trouxe até Little Witch Nobeta, muito por tentar desafiar os moldes do género, que continua mais centrado nos combates por proximidade.João Canelo sobre Little Witch Nobeta, Echo Boomer

Tchia é uma carta de agradecimento e homenagem à terra natal dos dois cofundadores, e serve como um alerta para todos nós.Sara Rechena sobre Tchia, IGN Portugal

Apesar de IXION não nos obrigar a ser excessivamente micro-gestores, o facto de que temos de criar regras e excepções de partilha de recursos entre sectores dificulta, e muito, a missão de levar a Humanidade a um planeta habitável.Ricardo Correia sobre IXION, Rubber Chicken

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