Análise – Razer Nari Ultimate: Som de quarta dimensão

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Quando a Razer anunciou um par de auscultadores com vibração que prometiam tornar as experiências áudio mais imersivas e realistas, fiquei, obviamente, incrédulo.

Essa é a promessa dos Razer Nari Ultimate, um par de auscultadores sem fios dedicados ao gaming que incluem uma nova tecnologia de feedback háptico inteligente, ou seja, respondem ao utilizador através da vibração dos auscultadores, um pouco à semelhança dos comandos de consolas, dependendo da ação no ecrã, claro.

Embora a ideia seja semelhante, a maneira como é implementada é diferente, porque nenhuma peça de conteúdo, seja jogo, filme ou música, está adaptada a este tipo de dispositivos. Daí o uso deste sistema inteligente desenvolvido pela Lofelt, que converte sinais de som de determinadas frequências (normalmente baixos e sons fortes) em movimentos físicos, num pequeno componente instalado em cada lado dos Razer Nari Ultimate.

A ideia é interessante e, na teoria, esta experiência aumentada até é bastante credível. Já na prática, ainda com algum cepticismo, experimentei estes auscultadores, que a Razer graciosamente nos emprestou, e pode-se dizer que, desde o primeiro momento que os utilizei, percebi logo que estava perante algo muito especial.

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À semelhança do que é explicar uma experiência de realidade virtual, ou de como a nossa perceção muda ao ver conteúdo em HDR, explicar a forma como os Razer Nari Ultimate funcionam é algo complicado. E tal como estes exemplos, são formas de consumir conteúdos que podem não ser do agrado de todos. Mas uma coisa é certa, é uma experiência bem diferente da tradicional.

Ao longo de duas semanas, tivemos a oportunidade de experimentar os Razer Nari Ultimate numa variedade de conteúdos bastante vasta, desde música no Spotify, filmes Blu-Ray na PlayStation 4 e em, obviamente, alguns dos videojogos mais recentes.

É nos filmes onde os Razer Nari Ultimate podem não funcionar tão bem com este sistema ativo. Pode ser bastante apetecível colocar a cena mais explosiva do nosso filme favorito, ou aquela cena que tem a banda sonora mais bombástica, e o resultado pode ser fantástico, como se estivéssemos numa quarta dimensão que nos coloca no centro na ação. No entanto, no decorrer dos filmes ou séries, com cenas de diálogos e sons menores, estes entram em “conflito” com este sistema, acabando a tecnologia de feedback háptico inteligente por ser “acidentalmente” ativada quando, por exemplo, uma personagem tem uma voz mais profunda ou um simples objeto cai no chão.

O mesmo se aplica nos videojogos, é verdade, mas a forma como estes são desenhados a nível de som tornam toda a experiência mais equilibrada e consistente. Nos jogos de corridas, é uma delícia sentir o som dos motores como se estivessem a roncar mesmo ao nosso lado. Já em jogos de tiros, até as armas mais silenciosas parecem as pistolas mais poderosas do mundo.

Mesmo noutros efeitos onde seria menos expectável, os Razer Nari Ultimate tornam os jogos bem mais imersivos do que o esperado. Um excelente jogo de exemplo é Metro Exodus. O seu design de som pode não ser o melhor, mas o sistema háptico dos Razer Nari Ultimate melhorou por completo a experiência. Em algumas situações, é necessário correr com a nossa personagem, que vai perdendo forças e começa a ficar ofegante. Nesses momentos, o jogo indica-nos disso mesmo com o batimento cardíaco da personagem muito acelerado, e, com este sistema háptico, ficamos completamente imersos no jogo, porque sentimos mesmo o seu coração a palpitar.

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Na música, os Razer Nari Ultimate também se portam muito bem. No entanto, tal como nos perfis de som através de um equalizador, o seu efeito pode melhorar ou estragar por completo a experiência.

Para melhor controlo destas funções, temos a aplicação Razer Synapse, onde podemos ativar e desativar o sistema háptico, ou, por exemplo, escolher a sua intensidade de 0% a 100%. Durante a nossa utilização, limitámo-nos entre os 70-80% de força, dependendo do conteúdo.

Ainda assim, é necessário ter em atenção outros parâmetros, como por exemplo o volume, que se recomenda sempre em níveis altos para melhor efeito, e uma intensidade dos baixos por volta dos 20%.

Os Razer Nari Ultimate são, no fundo, uma versão aumentada dos Razer Nari, e as suas características em termos de software são muito semelhantes às de outros auscultadores da Razer. Temos os equalizadores, acesso ao modo Surround da Razer, controlo Razer Chroma, etc.

Da mesma forma, a qualidade de som dos Razer Nari Ultimate, mesmo sem o sistema háptico, é muito boa. E faz justiça ao que podemos esperar de uns auscultadores de preço superior a 150€, o valor dos Razer Nari normais. Baixos fortes, excelente distribuição de som e muita flexibilidade na equalização, tudo isto conjuga na perfeição com a sua utilização ergonómica graças ao tamanho largo dos auscultadores e às suaves almofadas que não só deixam as nossas orelhas respirar, como também criam também uma bela acústica, ao mesmo tempo que isolam som externos de forma exemplar.

Mas nem tudo é perfeito nos Razer Nari Ultimate, sendo os seus pontos menos positivos a sua conexão e funcionalidades físicas.

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Com a possibilidade de os podermos usar com cabo de áudio para tirar total partido das suas capacidades, o Bluetooth é a melhor opção. Com o seu adaptador, podemos usá-los no PC ou na PlayStation 4 e, quando as coisas correm bem, tudo é bom. Contudo, há algumas limitações e pequenos bugs chatos para um produto destes.

Os Razer Nari Ultimate não incluem um botão físico de ativação do sistema háptico. Isto significa que, no PC, teremos que ir ao Razer Synapse para fazer este controlo. Já na PlayStation 4, este está sempre ativo e fica com o valor de intensidade registado na última vez que se usou o PC, o que, por vezes, pode ser irritante. Irritante é também o facto de o sistema parecer inativo algumas vezes, obrigado ao reset do equipamento.

Outro pequeno facto que chateia é o tempo de vida de bateria dos Razer Nari Ultimate e os sacrifícios ao ter que os carregar. Numa utilização moderada, com o sistema háptico ativo, estes conseguem durar mais de uma tarde inteira de jogo. Até aqui tudo bem. Mas se pretendem usar os Razer Nari Ultimate enquanto estes estão a carregar, preparem-se para muitas quebras de ligação.

No PC, é frequente ouvir o barulho de ligação e desconexão de dispositivo, quase todos os minutos, pelo que se recomenda o uso de outro par de auscultadores, e que estes sejam carregados noutro equipamento. Este tipo de problemas técnicos são uma pena e quase injustificáveis num produto destes.

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Contudo, os Razer Nari Ultimate cumprem a promessa e rebentam com as expetativas. Uma das formas mais realistas de ilustrar o que é a experiência de utilização destes auscultadores é olhar para as imagens promocionais na loja da Razer.

Com uma qualidade de construção premium com materiais sólidos e duradouros, aliados a funcionalidades únicas e bem trabalhadas, os Razer Nari Ultimate podem mesmo transformar o modo como vemos e ouvimos os nossos jogos. São, sem dúvida alguma, um espetáculo.

Os Razer Nari Ultimate estão à venda na loja da Razer por 199,99€.

Razer Nari Ultimate

Este produto foi cedido para teste pela Razer.

É normal sentir dúvidas quando uma marca tenta inovar de forma insólita, mas o sistema háptico da Razer não só funciona, como transforma por completo as experiências de jogo.



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