GNR – Salão de festas no Olga Cadaval

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Sexta-feira (3 de maio) foi dia de encher o belo Centro Cultural Olga Cadaval com concerto do GNR, agrupamento com 38 anos de carreira sabiamente gerida.

Com um início rápido e em força com “Impressões Digitais”, Tóli César Machado, Rui Reininho e Jorge Romão, acompanhados por Samuel Palitos, Paulo Borges e Marco Nunes, entram em palco com a sensação de jogar em casa, mas não é por aí que se vai querer deixar de retribuir o amor à sala.

Com uma imagética clássica em palco, mas a incluir vários piscares de olho – destaque para os clipes do grande “They Live”, de John Carpenter, enquanto se toca “USA”, ou as latas de Duff Beer em “Popless” – os GNR continuam a demonstrar ser uma máquina bem oleada, mas com vontade de ser ir renovando. Como aliás se prova pelo novíssimo “Quem?”, numa das suas primeiras apresentações ao vivo.

Reininho está particularmente bem disposto (a saúde parece ir bem, ao ponto de confessar de que recentemente até engordou dois quilos), e partilha que a sua estreia em palco foi precisamente neste espaço em 1976, com o grande saxofonista Michel Portal. Dá para tudo, até para anunciar piadas de mau gosto só para meter água na fervura no público que alinha alegramente nas brincadeiras de um vocalista com carisma único no nosso panorama.

O modo best of dos GNR continua com o recente “Dançar Sós”, seguido do belíssimo “Bellevue”, truncado como sempre por Reininho, o hino “Pronúncia do Norte”, ou o muito pop “Dama ou Tigre”. Jorge Romão, eternamente jovem, salta do palco e até tira fotos com fãs na primeira fila (quem diria que já passou tempo que chegue para o visual Happy Mondays voltar a estar na berra?), e muitos espectadores vão-se já levantando para poder bater o pezinho mais à vontade.

A festa em Sintra continua com a “Ilha” e “Las Vagas”, com direito a refrão cantado em coro, e “Cadeira Eléctrica”, do bem recebido último disco. Antes, direito a referência a “Hong Kong Garden”, dos grandes Siouxsie and the Banshees.

“Morte ao Sol” e “Mosquito” fecham antes do encore. O baile não é do liceu, mas quase, tal a proximidade que o Auditório Jorge Sampaio consegue proporcionar entre os “Reis do Roque” e os muitos espectadores que vão invadindo os corredores de acesso ao palco. Aparece o tema inevitável, “Dunas”, e termina-se com os super-clássicos “Video Maria” e “Sangue Oculto”.

Hora e meia muito bem passada em comunhão com quem sabe bem o que faz. Sempre igual, sempre diferente.

Foto de: Alípio Padilha

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