Drones usados para estudar impacto das alterações climáticas nas espécies em perigo

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A Universidade de Exeter, no Reino Unido, está a estudar o impacto das alterações climáticas nos habitats das espécies em perigo recorrendo a drones para criar projeções 3D de áreas costeiras e, dessa forma, calcular os impactos da subida do nível médio da água do mar.

Esta técnica, liderada por cientistas portugueses daquela universidade, permitiu aos cientistas projetar os impactos que a subida do nível das águas terá nestas espécies. Esta tecnologia combina drones e fotogrametria (arte de extrair medições através de imagens) com localização RTK GPS e consegue criar modelos detalhados de zonas costeiras.

“Este método permite criar modelos digitais realistas e altamente precisos (menos de 10cm de erro). É uma escala bastante precisa quando comparada com as projeções globais”, afirma Miguel Varela, principal autor do estudo do Centro de Ecologia e Conservação da Universidade de Exeter, em Inglaterra.

A tecnologia foi testada em Alagadi, no Chipre, um dos locais mais importantes da desova das tartarugas verdes e das tartarugas caretta carettas, e os cientistas descobriram que uma subida de 1,2m no nível da água destruirá mais de 60% dos locais de nidificação das espécies. Neste estudo, foram ainda recolhidas imagens das praias de Algadi e combinadas com dados sobre a localização e a profundidade a que as tartarugas põem os ovos.

Esta tecnologia é “ideal para levantamentos costeiros” mas pode ser utilizada noutros habitats, “para ajudar a identificar áreas de proteção da vida selvagem” realça o cientista português.

Miguel Varela reforça a importância dos estudos a um nível local, uma vez que a maioria destas investigações são feitas a uma escala global.

O estudo foi supervisionado pelo professor Brendan Godley, que afirma que as praias podem deslocar-se para o interior à medida que o nível do mar aumenta, apontando como solução para esse problema as “barreiras naturais ou causadas pelo homem”. No caso específico das praias de Alagadi há resiliência e, devido a uma boa gestão já implementada, há espaço para as praias migrarem para o interior sem prejudicar a desova das espécies de tartarugas marinhas.


 

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