Ararate é o primeiro restaurante arménio em Portugal

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Se no século dos Descobrimentos eram parceiros nas rotas comerciais (aliás, é graças a esta ligação que o nome próprio Arménio surgiu em terras lusas), agora as relações entre Portugal e a Arménia estreitam-se: O Ararate, o primeiro restaurante arménio no país, acaba de inaugurar em Lisboa a escassos metros da Fundação Calouste Gulbenkian, no número 70 da Avenida Conde Valbom. E podemos esperar uma gastronomia diametralmente diferente da nossa.

Comecemos pela decoração. Nas paredes, destacam-se as tapeçarias (um dos tapetes é uma recriação daquele que é considerado o mais antigo do mundo, o Pazyryk) e peças artesanais que fazem parte da identidade cultural da Arménia. No restante espaço, o protagonismo é dos trabalhos em madeira e cobre com a assinatura de pequenos artesãos portugueses.

A ideia nasceu de Karine, arménia de alma e coração que há muito que conhece Portugal. Depois de ter passado férias durante vários anos no nosso país, Karine acabou por apaixonar-se e mudou-se para a capital portuguesa há quatro anos. Karine trouxe consigo uma equipa e jovem que traz toda uma bagagem cultural que quer partilhar neste restaurante.

O desafio passa não tanto por replicar os pratos mais tradicionais, mas por encontrar os produtos certos, e que fazem toda a diferença, consegui-los frescos e com regularidade. Alguns vêm da Arménia, mas sempre que Karine viaja pelo país para conhecer produtores, fornecedores e artesãos.

Mas é o chef do restaurante, Andranik Mesropyan, o responsável por recriar pratos tradicionais da Arménia. A cozinha arménia, para quem não sabe, adoptou o melhor das suas várias fronteiras e peculiaridades da Ásia – temperos exóticos, grão, kebab ou a técnica de grelhar carne em carvão são alguns desses exemplos. Já da Europa ganhou legumes e verduras.

Essencialmente, é do uso da beringela, pimento, tomate e cebola que nascem a maioria dos pratos tradicionais, juntando-se depois o manjericão roxo (que chega seco da Arménia), o tarkhum (da família do estragão), o chaber (da família da segurelha) e ainda o dandur, que se assemelha às beldroegas, para acrescentar sabor. Já nas especiarias, o pimentão doce – feito de pimentos vermelhos e enviado diretamente da Arménia – é o protagonista.

Como seria de esperar, na cozinha arménia o borrego é das carnes mais utilizadas, aproveitado para estufados ou caldos, por exemplo. Mas no Ararate usa-se também vitela e vitelão (dos Açores). No peixe, reinam o esturjão e a truta, sempre frescos, usados em ensopados, espetadas ou preparados no forno.

Tudo isto resulta em pratos dignos de destaque. Um dos pratos de eleição é a espetada, seja de carne, peixe ou legumes, preparada num grelhador que um fornecedor espanhol desenhou especificamente para o restaurante.

Depois destacam-se pratos como a Tábua de enchidos tradicionais (15€) com lascas de peito de pato, língua de vitela, basturma (lombo de vaca conservado em mistura de especiarias) e sudjuk (carne picada com toucinho em especiarias); Dolmá (14€), um prato de vitelão enrolado em folhas de videira; Chanákh (18€), isto é, ensopado de borrego; e ainda Khabab, ou lylya-kebabs, espetadas de carne picada assadas no carvão (de frango, 12€ e de borrego e vitelão, 15€).

O Ararate tem 68 lugares no interior e 32 na esplanada e funciona de segunda a sábado, das 12h às 24h (a cozinha fecha às 22h30).

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