Análise – Mortal Kombat 11

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A menos que se seja um grande fã e que se acompanhe os lançamentos dos vários jogos do género, os jogos de luta podem ser assustadores por vários motivos. Entre eles, destacam-se a complexidade e variedade de ataques, que é expectavelmente maior a cada lançamento, e o facto de serem títulos mais sociais e competitivos, ou seja, lançados para serem jogados com outros jogadores.

Com Mortal Kombat 11, a NetherRealm tenta agilizar estes sentimentos e, numa primeira impressão, deixa-nos perceber que, se calhar, não é assim tão difícil de entrar num jogo de luta. Mortal Kombat 11 dá-nos acesso a imensos modos de jogo, cada um com um determinado propósito, e que prometem agradar a todos os jogadores.

O primeiro modo que todos os jogadores devem ter em atenção, quer sejam casuais ou não, é o excelente modo de tutorial de Mortal Kombat 11. Ensina-nos quase tudo o que há para ensinar, desde os movimentos básicos aos combos mais intrínsecos.

Este modo revela imediatamente o quão simples Mortal Kombat 11 por vezes pode ser, com movimentos básicos e fáceis de memorizar que podem ser usados para combates que parecem bailados e que nos podem colocar em vantagem durante uma luta.

O progresso do tutorial é extremamente fluido e educativo. Em muito pouco tempo, os jogadores mais casuais sentir-se-ão capazes de fazer as proezas mais interessantes que o jogo tem para dar. Mas nem tudo é fácil e, tal como um teste, os desafios começam a ficar mais complicados e complexos.

As bases da jogabilidade podem ser encontradas logo aqui, onde é possível observar a variedade de movimentos e desafios que a própria jogabilidade propõe devido ao timing de cada ação. A precisão é imensa mas certeira, o que requer um treino intensivo e uma memória muscular muito bem trabalhada para conseguir, pelo menos, acertar em todas as ações, antes de começar a explorar os movimentos de cada um dos lutadores.

Além deste modo de aprendizagem, os jogadores têm um modo de prática livre dedicado apenas às icónicas Fatalities que todos os lutadores têm e que requerem memorização para tornar o final dos nossos combates mais satisfatórios.

O combate de Mortal Kombat 11 é um pouco mais lento e pesado do que os jogadores mais casuais podem sentir ao ver vídeos e clipes de combate, mas é algo que parece estar associado às fantásticas animações e ao ritmo dos combates, dando espaço para observar todos os ataques ofensivos e defensivos.

Felizmente, Mortal Kombat 11 apresenta uma série de definições de acessibilidade que permitem ajustar a simplicidade e facilidade do jogo. Além dos níveis de dificuldade mais comuns, é possível alterar o tempo de resposta entre ações – para efetuar combos, combos automáticos e outras pequenas afinações.

Durante o combate, os Fatal Blows estão de volta e, mais uma vez, revelam-se extremamente agradáveis de se ver – se toleramos a violência que o jogo tem para dar. Para além do espetáculo visual, estes ataques especiais podem ser a nossa salvação quando estamos em risco de perder o combate.

Tal como os Fatal Blows, as Fatalities, Brutalities e Mercies regressam em força, com muitas animações novas e absurdas para experimentar com todas as personagens.

Outra forma de experienciar Mortal Kombat 11 é através do seu modo de história. Tal como os seus jogos anteriores, onde se incluem os jogos de luta da DC (Injustice), Mortal Kombat 11 conta com uma história capaz de por muitos outros jogos narrativos, e até alguns filmes, a um canto.

A história não é digna de prémios, mas a sua apresentação e direção torna-a bastante interessante de seguir, dando-nos oportunidades de jogo fantásticas e justificações para a presença de algumas personagens bem mais credíveis.

Nesta aventura, somos atirados para o meio de um confronto entre o bem e o mal, onde uma entidade divida traça um plano de repor a história. Como um belo filme de ação dos anos 80/90, temos todos os clichés e absurdos do género de ação e fantasia, com uma história que envolve viagens no tempo, ressurreições, gémeos malvados, robôs, ninjas, deuses e a tão típica luta pela salvação do universo.

Ao longo da nossa jornada, vamos reconhecer o elenco clássico da série com novas aparências, assim como versões alternativas old-school, todas apresentadas com um papel importante para a história e, claro, para os vários confrontos propostos, que, por vezes, coloca de forma hilariante amantes e familiares em lutas mortais absurdas.

Baralhadas com as fantásticas cinemáticas de jogo temos os confrontos, que nos propõem as personagens que mais sentido fazem para a história naquele momento, deixando-nos apreciar o quão detalhados e fantásticos são os ambientes do jogo. Apresentam-se vivos e dinâmicos com objetos que podemos usar durante as lutas, servindo também de pano de fundo para algumas das cinemáticas mais elaboradas.

Curto, mas delicioso, o modo de história de Mortal Kombat 11 é extremamente divertido e um excelente ponto de partida para o que o jogo tem mais para oferecer.

O elenco de Mortal Kombat 11 e a variedade de personagens selecionáveis não é das mais extensas, pelo que se faz sentir a falta de algumas personagens. Felizmente, as possibilidades de personalização são extremamente vastas, e não se ficam só pela estética dos lutadores, mas também pelos seus utensílios e formas de luta. É possível entrar online e não encontrar ninguém com uma personagem igual a nós graças a estas possibilidades.

Para tal, temos um extenso modo de personalização onde podemos explorar os nossos itens ganhos durante as batalhas ou no Krypt, um modo de exploração na terceira pessoa que nos deixa gastar moedas para abrir baús com itens, recompensas e colecionáveis.

Outros dois modos que fazem parte da experiência principal de Mortal Kombat 11 são os dois modos de Towers: as Tower of Time e as Towers Klassic.

As Towers Klassic fazem-se sentir como uma extensão da história. É um modo arcade com diferentes níveis de dificuldade, em que temos que ganhar os combates sucessivamente até desbloquearmos os finais alternativos para cada uma das personagens do jogo, desbloqueando novos níveis e itens nesse processo.

Já as Towers of Time têm uma estrutura semelhante, mas prometem uma experiência sempre diferente e com alterações surpresa, com desafios únicos e inesperados.

Nestes dois modos, é possível usar pequenos amuletos e acessórios que nos dão vantagem estratégica durante as batalhas, como por exemplo chamar uma personagem secundária para se juntar ao combate.

Desde o lançamento do jogo que este modo Towers of Time, em particular, foi alvo de alguma controvérsia entre a comunidade de jogadores devido à sua elevada dificuldade e baixas recompensas. Felizmente, a equipa da NetherRealm tem ajustado estes problemas de forma a tornar este modo menos frustrante, algo que abona em favor do jogo e da produtora ao provar que há um suporte contínuo para quem quiser tornar o jogo num hobby recorrente.

Por outro lado, Mortal Kombat 11 é um jogo que se deixa limitar pela sua ligação sempre online. O maior limite? A receção de algumas recompensas extra e o acesso a alguns modos de jogo a solo.

A apresentação de Mortal Kombat 11 é absolutamente fantástica, com visuais que representam um salto considerável face a Mortal Kombat X, lançado no início da geração da PlayStation 4 e Xbox One. Com uma apresentação coesa, as personagens são altamente detalhadas e contam com animações incríveis, que encaixam na perfeição nas dezenas de ambientes disponíveis. Curiosamente, as animações faciais em Mortal Kombat 11 são um pequeno passo atrás relativamente  ao que a NetherRealm fez com Injustice 2, algo que poucos jogadores poderão notar. Faz-se notar particularmente nas conversas iniciais antes de cada combate e, claro, durante as cinemáticas da história.

A nível de design das personagens, este é, provavelmente, o melhor que a série até agora apresentou, com um equilíbrio entre o tradicional e o moderno muito bem conseguido, sem personagens com trajes absurdos e embaraçosos dentro daquele mundo e para os jogadores que as escolhem.

O som também é de gabar, com uma banda sonora cinemática bombástica e com temas bastante distintos e bem aplicados a cada ambiente ou cena. O som do combate é profundo e encorpado, fazendo com que cada soco ou pontapé tenha o peso necessário, ou que o som de sangue espirrado e entranhas a esvoaçar nos deixem mesmo incomodados.

Infelizmente, parece que o icónico tema que apareceu no trailer de lançamento do jogo ficou de fora ou escondido. Nada de muito negativo, mas teria sido uma bela introdução em qualquer momento do jogo.

Pode-se dizer que Mortal Kombat 11 é um jogo de luta fantástico, bastante sólido e polido, com uma jogabilidade precisa e divertida para qualquer jogador. Conta com um conjunto de modos variados e divertidos para todo o tipo de jogadores, muitos colecionáveis e muita personalização, para podermos dar uso durante horas e horas a fio, em lutas online ou contra a inteligência artificial do jogo.

Mortal Kombat 11 está disponível para PC, PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch.

Mortal Kombat 11
Nota: 8/10

Este jogo (versão para PlayStation 4) foi cedido para análise pela UpLoad.

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