Análise – AOC AG272FCX – Um monitor para gaming modesto

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27 polegadas, resolução de 1920x1080p, taxa de atualização até 144Hz, tecnologia AMD FreeSync, tempo de resposta de 4ms e um ecrã curvo. Estas são algumas especificações técnicas do AOC AG272FCX, um monitor com dimensões e características que poderão deixar os jogadores de consolas, ou PC mais modestos, bastante satisfeitos.

Desenhado para jogadores

Começando pelo aspeto, a AOC promete um painel sem bordas, chamando-lhe “3 sided-frameless”. No entanto, apesar de minimalista, continuamos a ter uma pequena borda que revela que o ecrã tem uma ligeira profundidade, criando em volta uma pequena sombra na imagem. Claro, não é nada que estrague a experiência.

Um dos principais pontos de venda, e que é claro assim que estamos perante o monitor, é a curvatura do seu ecrã, bastante ponderada, e que ajuda na imersão de jogos, mas sem dar a sensação de distorção, mesmo a distâncias mais curtas.

O terceiro grande ponto visual deste monitor, para além de todo o design que grita “jogos”, são os seus LEDs coloridos na parte de baixo do ecrã e na sua traseira.

Na forma como se apresentam enquadradas neste monitor, estes LEDs dão um aspeto mais radical e arrojado, e, na prática, demonstram-se úteis, especialmente se tivermos uma parede mesmo atrás, onde a luz (que pode ser personalizada com vermelho, azul e verde), cria algum ambiente. Em contrapartida, o seu LED frontal distrai imenso, mesmo quando está na opção mais baixa.

Na traseira vamos ainda encontrar o encaixe para o suporte, que inclui a norma VESA, ou seja, é compatível com diversos suportes de colocar na parede. Contudo, o nosso uso foi exclusivo com a base que vem incluída.

Extremamente fácil de montar com apenas quatro parafusos, o apoio permite que possamos configurar a posição do painel em altura e inclinação. O monitor mostra-se bastante configurável, tornando o acesso às fichas mais fácil. Já a base confere ao monitor uma robustez perfeita, muito graças ao seu peso.

De destacar é também a existência de um pequeno ponteiro na parte superior traseira do painel, que serve de suporte para um par de auscultadores. Um pequeno toque que se enquadra perfeitamente no tipo de utilizador deste monitor.

Muitas ligações e modos de personalização

Na traseira vamos também encontrar as ligações, e, aqui, a AOC não se poupou. Ao todo, vamos ter quatro entradas de sinal: duas portas HDMI 2.0, uma DisplayPort e outra VGA, que podem ser, obviamente, ligadas a quatro dispositivos em simultâneo. Para além do vídeo, temos ainda duas portas USB 3.0, uma porta USB tipo Micro-B, saída para fones e entrada para um microfone. Por fim, este monitor ainda inclui uma porta micro USB para o uso exclusivo do controlador de definições.

Para esta gama, a AOC, ao invés de colocar os botões no corpo do ecrã, limitou-se a deixar o tradicional On/Off com pequenos atalhos direcionais, introduzindo um comando com fios para facilitar a utilização.

Por um lado, esta opção é bem-vinda e torna a experiência de calibração e navegação dos menus do monitor muito mais cómoda. Infelizmente, e porque há sempre um senão, a execução não é a melhor. Os botões estão distribuídos de uma forma estranha para se adaptarem ao design do próprio comando, o que é uma pena, até porque o comando é, honestamente, feio.

Apesar de tudo, com algum hábito, não se usa muito mal, e os três atalhos, numerados, para selecionar perfis, tornam-se muito úteis.

AOC AG272FCX
Um controlador que podia ser mais bonito e fácil de usar.

A calibração e configuração de imagem é, felizmente, mais completa do que no modelo super simplista desenhado pela Porsche. Aqui temos total controlo dos níveis de brilho e contraste, gamma, modos económicos, nitidez, saturação, temperatura de cores e, por fim, modos de jogo onde encontramos alguns já pré-configurados.

Estes modos de jogo já se encontram otimizados para vários géneros de jogos e com algumas definições pré-ajustadas. Contudo, devido à natureza deste tipo de conteúdos, é sempre preferível ser o utilizador a criar o seu próprio perfil, o que acaba por justificar a existência dos atalhos.

Ainda relacionado com este comando está a capacidade áudio do AG272FCX, que inclui um sistema estéreo de 3 Watts. Por defeito, o monitor vem com o volume a 50%, e, nas primeiras utilizações, com um dispositivo ligado por HDMI, foi frustrante de utilizar. Mesmo a meio, o volume é excessivamente alto e não há um controlo direto para regular. Ignorando o manual, foi preciso navegar pelos menus até encontrar a opção, que se apresenta na área de definições do menu.

A Janela Virtual

O AG272FCX é um painel MVA com resolução 1080p, contraste de 3000:1, brilho de 250 cd/m2, 4ms de tempo de resposta. Numa primeira impressão, sem saber qualquer destes detalhes, o resultado é excelente.

Apesar de não ser um ecrã IPS, que é das tecnologias mais populares no que toca à qualidade de imagem e de produção de cores, a solução MVA escolhida pela AOC neste monitor surpreende e revela que tem havido alguma evolução neste campo. É especialmente notório no que toca aos tempos de resposta, que normalmente costumam ser mais elevados (5-6ms), e que no AG272FCX, é de apenas 4ms, mantendo uma qualidade de imagem, aparentemente, impecável. As cores são bastante vivas e o painel suporta uma diferença nos tons de cinza bastante ampla.

Seja no PC ou em consolas, o tamanho de 27 polegadas e a sua curvatura mostram-se características que estão no ponto, especialmente para jogar na secretária. A área de imagem é a suficiente grande para nos deixarmos levar pelas ambiências dos jogos e a curvatura, moderada, abraça-nos a vista sem distorcer a imagem.

AOC AG272FCX
A curvatura do ecrã torna a experiência de jogo ligeiramente mais confortável.

O baixo tempo de resposta também se faz sentir, especialmente em jogos mais caóticos e rápidos. Não só se reflete na diferença de tempo entre o carregar num botão e a ação do ecrã, mas também na fluidez da imagem, bem definida e sem efeitos de arrasto. Esta observação é mais notória em jogos onde a taxa de frames é fixa.

A tecnologia da AMD

No que toca à rapidez e fluidez de imagem, são os jogadores de PC (com placas gráficas da AMD Radeon da série HD 7000 para cima) que irão tirar total partido das capacidades deste monitor ao poderem usar a tecnologia AMD FreeSync.

O que esta tecnologia propõe é a redução de distorção de imagens que, convencionalmente, acontece devido a problemas de comunicação entre o monitor e o processador gráfico, resultando em imagens rasgadas entre cada frame.

Com o AMD FreeSync, as imagens só são apresentadas quando completas e com a vantagem de retirar carga de processamento das placas gráficas compatíveis.

Para quem tem placas da NVIDIA e procura esta tecnologia, este monitor poderá não ser a solução, uma vez que será necessário procurar um monitor com G-Sync.

Todavia, o facto de termos esta tecnologia e de ser um ponto de venda forte, pode ser visto como um extra para os restantes jogadores.

Exemplo de FreeSync
Em alguns jogos, na troca de frames, a imagem pode aparecer cortada. O AMD FreeSync tenta resolver esse problema.

Lazer, sim. Produtividade, nem por isso

Algo que poderá deixar bastantes utilizadores de pé atrás é a sua resolução de 1920×1080, especialmente atendendo às dimensões do painel. Assim, este monitor será mais direcionado para quem tem um computador de média-alta gama, ou seja, que não é topo de gama, pois a limitação desta resolução nativa poderá ser benéfica na produção de visuais com mais efeitos de pós-processamento que requerem uma carga maior do processador gráfico.

No que toca à utilização para efeitos de produtividade, também a relação tamanho/resolução pode não ser a ideal para os dias de hoje, especialmente para trabalhos de multimédia, onde a densidade de pixéis e a informação do ecrã é cada vez mais exigente.

Também a nível de cores poderá ser um problema para os mais exigentes, uma vez que, por muito bem que seja feito o balanço de brancos, os tons acabam sempre em tons alaranjados, dando a entender que existe uma barreira na apresentação de um branco total.

No entanto, este “problema” não se aplica tanto no consumo de jogos ou filmes, uma vez que a calibração personalizada acaba por ser subjetiva e adaptável ao contexto de cada produto.

Em suma

A nível de design, este monitor levanta uma questão subjetiva. Pode não ser o mais bonito, mas os modos de posicionamento, o suporte VESA e a agulha para pendurar uns headphones são detalhes relevantes para o público a quem se destina. É apenas nos controlos e na pouca versatilidade que oferece em qualidade de imagem e em utilizações para além do consumo multimédia que começamos a encontrar os seus defeitos. Ainda assim, cumpre com satisfação o seu dever nas suas atividades principais.

O AOC AG272FCX encontra-se no mercado com valores que flutuam entre os 405€ aos 450€, algo que, na altura do seu lançamento (maio de 2017), parecia ser um bom valor. Uns meses depois, a aposta pode não ser tão justificada, uma vez que começa a diluir-se entre opções com resoluções de 1440p e a introdução de tecnologias QLED. Apesar de tudo, este equipamento da AOC mão deixa de ser uma solução com características diferenciadoras, como o AMD FreeSync, a tecnologia MVA melhorada e, especialmente, um número de ligações difícil de igualar.

O equipamento foi cedido para análise pela AOC.

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