Análise – Huawei Mate 20 Pro

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Já lá vai quase um mês desde a apresentação do novíssimo topo de gama da Huawei, marca que tem crescido a um ritmo galopante e que tem agora um dispositivo capaz de destruir quase tudo o que existe na concorrência.

É o Huawei Mate 20 Pro. Chega com várias inovações tecnológicas e o melhor do mercado para justificar o seu preço: 1049€. Afinal, é a primeira vez que a tecnológica chinesa arrisca num preço que ultrapassa a barreira psicológica dos mil euros.

Um design lindíssimo e um ecrã espantoso

Nota-se que a Huawei quer, cada vez mais, ter um equipamento limpo de extras, deixando somente o essencial. Ou seja, ao eliminar o sensor de impressões digitais da traseira e levá-lo para o ecrã, criou um smartphone mais uniforme. Já na parte frontal continuamos, para o bem e para o mal, com um notch, aqui com um tamanho considerável, que serve para o reconhecimento facial estupidamente rápido e para a inclusão do sensor de selfies, entre outras coisas.

De resto, em linhas gerais, a marca pode-se ter inspirado aqui e ali nos seus rivais, mas conseguiu um equipamento bastante ergonómico, fino e que cai bem na mão, apesar de não ser dos mais leves que testei. Ao ter os cantos arredondados com um ecrã esticado até mais não, a Huawei criou um belíssimo dispositivo que irá despertar muito interesse por parte dos aficionados por tecnologia.

Ponto importante: na lateral direita o botão de ligar/desligar apresenta-se com uma cor diferente da do dispositivo em si, como para dizer que está ali para marcar a diferença. E a verdade é que, com esta cor, facilmente se distingue este botão do que está imediatamente acima, o de aumentar/diminuir volume. Sim, só existem dois botões neste smartphone. E aqui também não há espaço para a entrada áudio jack. O melhor é mesmo esquecerem que ainda existe – em todo o caso a Huawei incluiu na caixa o devido adaptador USB-C.

Falando em entrada USB-C, há também outra novidade. Ao lado desta, está agora a slot do cartão nanoSIM e do novíssimo nanoSD, tipo de cartão de memória que a Huawei criou para este Mate 20 Pro.

Já a cor que me calhou, a Twilight, é lindíssima, e quase se pode dizer que a cor foi criada propositadamente para a existência do Mate 20 Pro. Só é pena as dedadas que ficam na traseira do dispositivo, mas, como é óbvio, isso é apenas um mal menor.

No que toca ao ecrã, é soberbo. Este AMOLED de 6,39” é tão vibrante que nem sequer é preciso colocar o brilho no máximo para termos uma ótima experiência de visualização. Na viagem de regresso no avião, e já com uns episódios de séries da Netflix no smartphone, aproveitei para fazer um novo teste. Fiquei novamente convencido.

O ecrã do Mate 20 Pro apresenta excelentes detalhes com cores reais. É claro que é necessário que o vídeo em si, apresente, naturalmente, uma boa qualidade de imagem, mas ter um smartphone de última geração para experiências multimédia quase que transforma o que estamos a ver.

Não tive quaisquer bugs de imagem durante este mês de utilização (algo que também podia ser causado por aplicações) e continuo a adorar o facto da luz do ecrã adaptar-se à luz ambiente, o que é excelente.

Ou seja, para fotos, vídeos e documentos, qualquer pessoa irá ficar fascinada com este ecrã. Pode não ser o melhor ecrã que está num smartphone, mas é, sem dúvida alguma, dos melhores. Uma pequena nota: por defeito, a resolução do ecrã vem com a definição “Resolução inteligente” ativa, o que faz com que o smartphone reduza automaticamente a resolução do ecrã para poupar energia. Por defeito está também ativa a resolução FHD+, pelo que podem ativar a resolução WQHD+ para terem ainda mais nitidez. No entanto, a opção pelo FHD+ é inteligente não só porque é mais que suficiente para todos os utilizadores, como permite, assim, estender a autonomia do Mate 20 Pro.

As melhores câmaras do momento num smartphone

Mais do que outra coisa, são o selling point do Mate20 Pro. Aliás, não só deste smartphone, mas de outro equipamento de bolso, pois todos temos um fotógrafo amador dentro de nós à espera de ser desperto com a ferramenta ideal. Neste caso, sem sombra de dúvidas que o Mate20 Pro é o smartphone com as melhores câmaras da atualidade.

Há quem diga que o software faz maravilhas, e não é mentira nenhuma. No entanto, se o hardware não for bom o suficiente, não há software que lhe valha. Aqui, as câmaras do Mate 20 Pro têm o melhor dos dois mundos: hardware potentíssimo e um software cada vez mais aprimorado.

Em termos técnicos, temos três câmaras na traseira – uma angular de 40 MP com abertura de f/1.8, uma grande angular de 20MP com abertura de f/1.1 e uma lente telefoto de 8MP com abertura de f/2.4, todas elas contando com sistema de focagem a laser – e uma câmara na frente de 24MP.

E o que dizer? Bem, a Huawei acertou em cheio. Depois de surpreender nos equipamentos anteriores a nível de performance, bateria e som, a verdade é que deu mais um grande passo no campo fotográfico, sendo o melhor smartphone da atualidade no que a fotografia diz respeito. Arrisco-me até a dizer que este Mate 20 Pro vai conquistar consumidores que, por norma, só possuem iPhones.

Os resultados das fotos são fantásticos, não só quando existe muita luz natural, o que torna as fotos magníficas, mas também de noite, em que a mistura de todas as câmaras a funcionarem, juntamente com o software (experimentem o modo noite quando as condições de luz assim o exigirem) produzem resultados fantásticos para um smartphone. São fotos de excelente qualidade, com grande detalhe e excelente balanço de cores. Se antes podiam existir algumas críticas na artificialidade das cores (por exemplo na pele), hoje em dia esse problema já foi resolvido, pelo que os resultados são, cada vez mais, uma cópia do que os nossos olhos realmente veem.

Para quem tem um smartphone recente, sabe perfeitamente que muitos deles já trazem capacidades de Inteligência Artificial. A Huawei foi uma das primeiras marcas a inovar nesse sentido. Reconhecendo o cenário que está na foto, o software adapta automaticamente as condições para que produza a melhor fotografia possível. Isto nem sempre vai funcionar da melhor forma, pelo que nada como experimentar outros modos, ou o modo Pro, para obter resultados diferentes. São vários os modos disponíveis, todos eles melhorados, claro, pelo que, seja qual for a finalidade, o Mate 20 Pro irá produzir a imagem que precisam.

Também a capacidade do zoom é excelente (10x), sendo que só o conseguem fazer se a resolução estiver nos 10MP ou inferiores. E a qualidade é boa, muito boa, tendo em conta que conseguimos ver objetos decentemente a centenas de metros.

Também no vídeo existem melhorias notórias. Um dos pontos críticos do anterior topo de gama, o P20 Pro, estava relacionado com a estabilização ótica. Neste Mate 20 Pro esse problema foi resolvido. E mesmo o som capturado sai na perfeição. Tudo para dizer que, se a qualidade em vídeo já era de se gabar, aqui ficou ainda melhor.

Ainda nas câmaras, resta falar da frontal, de 24MP. Os melhores resultados acontecem quando existe forte incidência solar, claro, mas mesmo em ambiente onde a luminosidade não é tão boa, servirá perfeitamente para o que pretendem.

Performance esmagadora e uma bateria que carrega outros smartphones

O Mate 20 foi o smartphone que estreou o potentíssimo Kirin 980, o primeiro SoC comercial do mundo, fabricado com o processo de 7 nm da Taiwan Semiconductor Manufacturer Company (TSMC).

O Kirin 980 é também o primeiro processador a incorporar os núcleos Cortex-A76, que são 75% mais poderosos e 58% mais eficientes em comparação com a geração anterior. Na prática, todo o sistema se executa de forma extremamente rápida, com uma fluidez de realçar. O processador é inteligente ao ponto de adaptar os seus recursos consoante as necessidades do utilizador.

Além disso, não só permite tempos de iniciação de apps mais rápidos, melhor funcionamento multitarefa e uma experiência do utilização geralmente mais suave, como também tem uma solução de redução de ruído que ajuda quanto captamos fotografias em cenários de menor luminosidade.

Ou seja, só por aqui percebe-se que este é o ecossistema da Huawei, conseguindo com que o seu Kirin 980 funcione como um cérebro perfeito para o desempenho deste smartphone.

Não efetuei testes de benchmark, mas nunca notei uma única quebra de performance, mesmo que estivesse a fazer várias coisas com dezenas de apps em background. Para esta gestão, são também fundamentais os 6GB/8GB de RAM, dependendo da versão que comprem.

O Mate 20 Pro traz a mais recente EMUI 9.0, baseada no Android 9 Pie, que, apesar de não ser do agrado de todos os utilizadores, é uma interface simples e que dá de forma rápida e organizada acesso a todas as opções que o utilizador necessita.

E se o desempenho é do melhor que existe atualmente, o que dizer da bateria?

Como já referi, um dos pontos fortes da Huawei começou por ser a incrível capacidade da bateria. Os que leram as minhas análises dos anteriores topos de gama sabem o quão boas eram, pelo que neste Mate20 Pro o resultado final ainda é melhor.

Os testes são sempre muito subjetivos, variam de utilizador para utilizador e do quanto se puxa pelo telefone. Para utilizadores que não usam muito o smartphone ao longo do dia em contexto de trabalho, podem contar com dois dias de autonomia sem problema. Já para quem usa e abusa do smartphone, claro que não vão conseguir dois dias, mas vão chegar a casa com bateria mais que suficiente, na ordem dos 30-40%, talvez.

Por exemplo, lembro-me de alguns dias em que acordei às 7h, comecei logo a mexer no smartphone e, tendo chegado a casa por volta das 22h, o Mate20 Pro ainda tinha 15% de bateria. E isto em dias preenchidos em que a utilização foi muito intensiva, desde enviar emails e ir à Internet, usar o GPS, dados móveis sempre ligados, várias apps a correr em background, tirar fotos e vídeos, chamadas, etc.

A bateria aguenta tanto não só devido à fabulosa gestão de recursos do Mate 20 Pro, mas também devido ao facto de ter uns generosos 4200mAh. Contudo, o que impressiona mais é a rapidez com que conseguimos bateria. Querem bateria para o resto do dia? Precisam apenas de 10-15 minutos de carga, facilmente conseguem 30% de bateria, ou mais. Já com meia hora ficam com 70% de bateria e em apenas uma hora vão dos 0 aos 100%. Sim, a Huawei estava mesmo a falar a sério na apresentação.

Uma pequena nota: quando o smartphone está mesmo sem carga, o potente carregador Huawei SuperCharge de 40W consegue dar 1% de bateria a cada 30 segundos que passam. Incrível.

O melhor de tudo é que também conseguem ajudar alguém que precise de carga. Se o smartphone de um amigo vosso precisar de carga e suportar carregamento wireless, saibam que podem usar o Mate 20 Pro como powerbank graças ao carregamento inverso. Grande jogada da Huawei.

Extras e segurança

Ao ter dispensado o uso de botões acessórios, o Mate 20 Pro perdeu o sensor de impressões digitais no botão que lhe era característico. Agora, o sensor de impressões digitais está embutido no próprio ecrã, num sítio específico. A ideia é boa, claro, mas a tecnologia precisa de aprimoramento. Para já, o sensor falha algumas vezes (o facto de ter o dedo sujo ou suado não ajuda) e é mais lento que a forma convencional de desbloquear através de botão, em que basta um simples toque. Aqui não funciona assim, é preciso deixar o dedo carregado no ecrã ligeiramente mais tempo. Mas creio que bastará uma atualização de software para resolver este “problema”.

Rapidíssimo é mesmo o reconhecimento facial. É tão rápido que às vezes olho para o ecrã sem querer e o smartphone desbloqueia do nada (dá para desativar esta opção, claro). É quase instantâneo.

De resto, é ainda resistente a salpicos, água e pó graças à certificação IP68 e permite ainda ser utilizado em modo desktop, basta um adaptador USB-C para HDMI e conseguimos espelhar o nosso Android no monitor do nosso PC. Infelizmente ainda não consegui testar esta opção.

Em suma, o Mate 20 Pro é mesmo o melhor smartphone da atualidade. Tem tudo: um ecrã fantástico, o melhor processador do mercado, as melhores câmaras do mercado, a melhor autonomia quando falamos em topos de gama e carrega outros smartphones sem fios.

É caro, é. Não é qualquer um que pode dar 1049€ por um smartphone, mas esta é a primeira vez que a Huawei arrisca em valores que ultrapassam os mil euros. Se podem e querer ter o melhor do mercado, não precisam de procurar mais.

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1 Comentário

  1. Este terminal não há duvida que foi um grande salto para a Huawei, mas em termos estético é horrível, e enquanto esta marca andar a copiar a Apple nunca chegará perto da Samsung. Aquela monocelha fica ali tão mal, mas tão mal… Jasus! E aquele modulo de camaras traseira também fica ali um bocado esquisito. Ainda outro defeito, a skin da Huawei é simplesmente mal arranjada e sem sentido, cá está, é o tentar imitar novamente a Apple.

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