Amarante – Um destino a não perder no Norte de Portugal

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A convite da equipa de Turismo da Câmara Municipal de Amarante e com a colaboração de vários parceiros locais, o Echo Boomer participou no passado dia 1 e 2 de fevereiro na Press Trip “Amarante como um destino a não perder no Norte de Portugal”.

Amarante está situada entre o Porto e o Douro e é a terra de várias personalidades como Amadeo de Souza-Cardoso, Agustina Bessa Luís, Teixeira de Pascoaes, São Gonçalo, entre outros, onde há um enorme espólio a conhecer.

Confeitaria da Ponte

Começámos a viagem pela Confeitaria da Ponte, cuja história remonta ao ano 1910, onde o estabelecimento era inicialmente uma drogaria que também vendia doces. Só mais tarde, em 1930, é que entrou em laboração a confeitaria de doces conventuais, doces estes típicos de Amarante criados pelas freiras do Convento de Santa Clara desde o século XIII.

Quase 90 anos depois e diversas sucessões de proprietários, a Confeitaria da Ponte é hoje gerida pelo Ricardo Jorge da Silveira Ribeiro, que nos recebeu e proporcionou um workshop e degustação de doces conventuais. Assistimos à confeção dos doces e, por fim, degustámos os Foguetes, os São Gonçalos, os Papos de Anjo, as Brisas do Tâmega e as Lérias, acompanhados de um vinho branco DOC Porta da Capela.

Este workshop dos doces na Confeitaria da Ponte foi realizado em parceria com a Inside Experiences, uma empresa de dois jovens locais que proporciona diversos tours e experiências na cidade de Amarante. Fazem city tour’s de jipe ou a pé, passeios de jipe pelas montanhas, percursos pedestres, experiências culturais e gastronómicas – como a dos doces conventuais ou provas de vinho – e, ainda, diversos workshops.

Igreja e convento de São Gonçalo

Saindo da Confeitaria da Ponte e atravessando a Ponte de São Gonçalo, que é monumento nacional desde 1910 e liga as duas margens do rio Tâmega, deparámo-nos com a Igreja e o Convento de São Gonçalo, o qual tivemos oportunidade de visitar sendo guiados pelo João Ribeiro da Inside Experiences.

De acordo com a tradição, o local remonta a uma primitiva ermida erguida pelo beato Gonçalo de Amarante no início do século XIII. Em 1540, foi deliberada a construção no novo templo e convento dominicano sob a invocação de Gonçalo de Amarante, construção esta que foi apoiada pelo rei D. João III e sua mulher, a Rainha D. Catarina.

Termas de Amarante

Seguidamente passámos pelas Termas de Amarante, recentemente inauguradas a 19 de Janeiro de 2019 pela Secretária de Estado da Saúde, Raquel Duarte, e pelo presidente da Câmara Municipal de Amarante, José Luís Gaspar, e cuja abertura ao público está programada para 11 de fevereiro. Após um período de dois anos de estudo médico-hidrológico, o Ministério da Saúde reconheceu as indicações terapêuticas das Termas de Amarante para doenças do aparelho respiratório e doenças músculo-esqueléticas.

O espaço dispõe de diversas salas de tratamento, nomeadamente de hidromassagem, hidropressoterapia, vapor nos membros, vapor na coluna, pedidaix, duche massagem, duche circular (escocês) e sala de massagem (spa) dupla com vista para o rio Tâmega.

Restaurante Pobre Tolo

Depois da visita chegou a hora de jantar, tendo sido escolhido para este primeiro dia o restaurante Pobre Tolo. Gerido por Lúcia Monteiro, que também é proprietária do Zé da Calçada, um famoso restaurante em Amarante, o nome remete para o livro de Teixeira de Pascoaes. É um espaço já com quatro anos de história, muito confortável e requintado, e que se mantém fiel às tradições da gastronomia portuguesa.

A degustação de sabores iniciou-se com uma Tábua mista de queijos e fumados, folhado de alheira, bolinhos de bacalhau, pastelão de chourição, chouriça, cogumelos laminados com rojões e alheira com grelos e ovo, acompanhada de um Alvarinho Av Valley Wines.

Já nos pratos principais pudemos provar os Tacos de polvo braseado com batata à murro e grelos, o Naco de novilho chutney de cereja, a Posta de vitela com batata à murro, o Bacalhau com broa acompanhado de pranta, batata e ovo e ainda a Caldeirada de peixe, neste último caso disponível apenas à sexta e sábado. Aos domingos há ainda o Cabrito e Arroz de pato.

Por fim, como sobremesa, veio o tradicional Pudim abade de Priscos, o Mil folhas de ovo recheado com frutas frescas e um combinado de doces regionais de Amarante.

Resta-nos dizer que todos estes sabores merecem ser provados em qualquer dia (exceto terças), ao almoço das 12h às 15h ou ao jantar das 19h às 22h.

Des Arts Hostel and Suites

A noite terminou com o Des Arts Hostel and Suites, alojamento que acolheu a nossa equipa. Remontando a 1902, os primeiros registos do Grande Hotel Silva (nome original) dão conta que, durante mais de 40 anos, foi o primeiro e único hotel na vila.

Passou depois a ser conhecido como Albergaria D. Margaritta em homenagem à fundadora durante o início deste século, tendo depois sucumbido à crise económica. Após alguns anos de reforma e dentro de um conceito sustentável, reutilizando antigos materiais e mobiliários, o renovado Des Arts Hostel and Suites foi criado em dedicação aos artistas que deram início à história na cidade de Amarante.

O hostel dispõe de diversas comodidades como receção das 8h à 1h da manhã, Wi-Fi, cozinha comunitária, pequeno almoço e bar aberto ao público das 10h às 24h. No agradável bar/espaço de convívio para hóspedes, é possível comer tábuas de enchidos, tostas e torradas, assim como beber diversos chás, smoothies, cervejas e cocktails.

O espaço conta com 24 quartos. Nove deles são camaratas e 15 são suítes, muitos deles com vista para o rio Tâmega. Apesar da bela vista matinal que o quarto nos proporcionou, há alguns pontos negativos: a falta de porta entre o quarto e a casa de banho; o estore da janela que não isola a entrada da luz exterior e ainda a existência de uma janela de vidro na parte superior da porta do quarto, algo que põe em risco a privacidade dos clientes e permite a entrada de bastante luz do corredor durante a noite.

Já no dia seguinte e, consequentemente, o último desta press trip, ficámos bastante satisfeitos com o pequeno-almoço: havia café, chás, leite, sumos, iogurte, cereais, bolos, pão, bolachas e fruta fresca, proporcionando variedade de escolha para abastecer de energia para o dia.

Museu de Amadeo Souza-Cardoso

Depois de abastecermos energia, seguimos viagem para conhecer o Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso, instalado no Convento Dominicano de São Gonçalo. Fundado em 1947 por Albano Sardoeira, reúne materiais respeitantes à história local e lembra artistas e escritores nascidos em Amarante: António Carneiro, Acácio Lino, Manuel Monterroso, Paulino António Cabral, Teixeira de Pascoaes, Augusto Casimiro, Alfredo Brochado, Ilídio Sardoeira, Agustina Bessa Luís, Alexandre Pinheiro Torres e Amadeo de Souza-Cardoso.

Amadeo Ferreira de Souza-Cardoso foi um pintor amarantino, nascido a 14 de Novembro de 1887, em Manhufe, freguesia de Mancelos, e constitui a principal referência do Museu. A sua obra torna-a em instrumento de uma pedagogia da modernidade, com os percursos visíveis do Cubismo à Abstracção, com as notícias do Futurismo, as marcas do Expressionismo e as premonições do Dadaísmo e seus absurdos.

Podem visitar o museu todos os dias úteis (exceto à segunda-feira) com o custo de 1€ para adultos e 0.50€ para estudantes, jovens e maiores de 65 anos.

Monverde Wine Experience Hotel – Quinta da Lixa

Seguiu-se o Monverde Wine Experience Hotel, que se identifica como “o primeiro hotel vínico da Região dos Vinhos Verdes que mantém os pressupostos da sustentabilidade ambiental e da promoção da Região e do Pais com uma oferta de produtos diferenciadores e estratégicos que assentam na qualidade de alojamento e na cultura do Vinho Verde, aliados aos produtos complementares e fortemente reconhecidos como a gastronomia, a saúde e o bem-estar, a natureza e a cultura.”

O Hotel insere-se numa propriedade de 30 hectares de vinhas contando, atualmente, com 29 quartos, estando em fase de expansão, indo oferecer mais 16 quartos até ao próximo mês de junho.

Fomos recebidos no Monverde Wine Experience Hotel para uma degustação de vinhos da Quinta da Lixa, seguido de um almoço preparado pelo chef Carlos Silva, pratos estes inspirados na gastronomia local e que que proporcionam harmonizações inspiradas nos vinhos que são produzidos pela Quinta da Lixa, de castas trajadura, loureiro e alvarinho.

O “Menu 4 Momentos” iniciou-se com um estaladiço de Espada com molho de maracujá e canónigos acompanhado por aromas das castas 2018.

O 2º momento tratou-se de Prato de garoupa braseada com risotto de trompetas da morte e aveluado de manteiga, juntamente com um alvarinho reserva de 2015.

Para o 3º momento, o chef preparou-nos um Cozido tradicional à portuguesa que acompanhámos com um vinho reserva tinto de 2015.

Por fim, o momento mais doce: um Gelatinado de lima e hortelã com chutney de manga acompanhado de uma excelente surpresa: o Quinta da Lixa Sweet Creations 2017, uma receita secreta do enólogo Carlos Teixeira.

Stay to Talk

Terminava-se esta experiência ao conhecer a Stay to Talk, instituição que desenvolve um projeto de impacto social que pretende trazer para Portugal um novo conceito de turismo, nomeadamente o turismo idiomático, que visa ensinar a língua e cultura portuguesas aos turistas.

Esta instituição, que se juntou à iniciativa da equipa de Turismo da Câmara Municipal de Amarante, proporciona diversas atividades como oficinas de língua e cultura portuguesa, um city break “Stay with Amadeo“, um tour “Amarante e Amadeo numa pegada ecológica” e um workshop de pintura “A tela e eu em casa de Amadeo” em colaboração com o Hotel Quinta da Cruz e o T’amaranto, o grupo de teatro de Amarante.

A tela e eu em casa de Amadeo

O workshop organizado pela Stay to Talk começa com uma viagem no tempo à casa onde cresceu Amadeo Souza-Cardoso, pelo que visitámos a adega e cozinha da “Casa de Manhufe”, que inspirou a pintura de 1913. Pelo meio, há uma encenação da personagem Amadeo feita por um ator do T’amaranto.

Terminada a visita à casa de Amadeo, o workshop continuou na Quinta da Cruz, um espaço que remonta a vários séculos atrás da história de Portugal, com uma área de mais de seis hectares e 25 suítes. Abriu em 2012 como hotel rural com piscina exterior e circuito de SPA, composto por Piscina Interior aquecida, Jacuzzi, Sauna e Banho Turco.

Num dos espaços da Quinta da Cruz, cada um dos convidados pôde por à prova os seus dotes de pintura, ilustrando uma tela inspirada nos quadros de Amadeo. Todos os materiais são proporcionados pela Stay to Talk, que fornece ainda um saco de linho para, no final, acondicionar e transportar a tela pintada.

Por fim, seguiu-se o tradicional lanche amarantino, composto por enchidos, salgados, doces tradicionais de Amarante e o vinho verde da região.

Resta-nos agradecer a todas as entidades envolvidas que tão bem nos acolheram e patrocinaram estas atividades, tornando-se em dois dias bem passados.

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